segunda-feira, 25 de julho de 2011

XXVI

Meu erro é adiantar o relógio pro dia seguinte, e o mês pro próximo ano. Eu quero tudo o que puder ter, eu sei que posso ter se eu fizer do tempo um grande amigo meu, mas a pressa não me deixa parar e admirar o sol que enaltece o brilho da grama e faz você caminhar por trás de mim, e me abraçar.
Já tenho tudo o que preciso, mesmo que teu coração não seja por completo meu. De que adianta possuir um coração? Melhor mesmo é não possuir nada, pois tudo vai, e sempre há um algo que fica, seja na memória ou na presença. Você está na minha estória. E faz parte das páginas dos dias anteriores a esse, desse, e espero que dos futuros também. Eu não sei o que dizer quando me perguntam se estou namorando, me incomodo, em partes. Não quero dizer "Tô ficando com aquela menina..." porque o sentimento vai além do ficar, você sabe disso, eu sei disso. Eu me encontro em você todas as vezes que no silêncio do quarto, a luz acesa e o olhar falam mais que qualquer palavra existente. Deixa eu voltar, deixa eu focar. Eu me alegro ao ouvir um "Eu gosto de você", considero algo bom. Eu não preciso ouvir sobre amor todos os momentos e nem falar sobre ele. E se por um acaso, antes de você dormir, eu não disser o quanto amo você, não pense que é por falta de sentimento, é que é algo tão puro, que não preciso dizer todos os momentos, então, me olhe e sinta o que podemos viver. Me ajuda a construir uma estória de amor? Aceito tudo com você. Mas não precisa se comprometer, pois o principal eu já tenho, sua presença. E agora o tempo me explica que pressa e pressão caminham lado a lado, e que um acento e uma vogal podem dizer além do que lemos. Eu tinha pressa em ter você, eu fazia pressão pra você aceitar.

Mas eu nunca precisei de nada além de um beijo teu, e olha só, ganhei até mais do que merecia.

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