quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Tempo Vazio

Esvazio a mente, lembranças aparecem. Épocas voltam ao presente, saudades preenchem os sentimentos confusos: Por que penso?. Penso porque é tarde para fazer algo além de pensar ou dormir, e porque a insônia insiste em permanecer. Eu sinto saudades. Do tempo, de pessoas nas quais eram o porto seguro, de levantar a voz e me expressar, estou com saudades de ser criança. Envelheço, neste exato momento, um pouco mais - Me desculpe, me desculpe, me desculpe - Peço. Não passe tão rápido tempo, tenho medo do que possa acontecer.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Te peço pra ficar, entretanto, não sei se mereço
mas está tudo bem, viu meu amor?
Amanhã trarei pétalas e um grande buquê de flores

Já ouvi por aí falarem que as vezes um beijo fica no ar
Ali, sem acabar
E por vezes, senti que nosso beijo não se acabou
É por isso que eu volto amanhã
Com todo o meu amor

Prometo deixar vários beijos inacabados
E se um dia os completar, saiba que algo está errado
Eu quero no dia seguinte encontrar o pedaço que faltou
no dia anterior
Mas não se esqueça: É só na despedida, meu amor


Já ouvi por aí falarem que as vezes um beijo fica no ar
Ali, sem acabar
E por vezes, senti que nosso beijo não se acabou
É por isso que eu volto amanhã
Com todo o meu amor

Meu amor,
E todo o meu amor é você.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Me Faz Querer


Te peço desapego, um chá e sossego
A arte de amar me meteu noutro lugar
Que é pra lá de complicado,
faz sofrer um bucado

Mas me faz querer ficar...

No amor eu faço errado
me meto nos laços,
entrelaço os passos,
desmantelo os teus passos
e vivo um pouco mais

Cê surge do nada
Como quem não quer nada
Diz que está sofrendo
Que está noutros ventos
Mas que história é essa?
Quem disse que não me interessa?

Senta na cadeira
Tenho muito a te contar
Eu peço desapego, um chá e sossego
A arte de amar me meteu noutro lugar
Que é pra lá de complicado,
faz sofrer um bucado

Mas me faz querer ficar...

No amor eu faço errado
me meto nos laços,
entrelaço os passos,
desmantelo os teus passos
e vivo um pouco mais

sábado, 14 de janeiro de 2012

Estação



O vento atrapalha a cortina obrigada a estar em frente à janela, se ao menos ela pudesse se afastar além dos trinta centímetros que consegue levantar quando o bendito teima em entrar dentro dos cômodos de casa - Ah, se ela pudesse! - Me perdoe. Sentei-me no colchão sujo de suor, e ao mesmo tempo tão limpo dos pensamentos positivos da noite anterior... É, meu amor, não foi dessa vez. Será que alguém lembra daquele verso de Vinícius? - E que seja infinito enquanto dure - Faço uma breve modificação - E que seja eterno enquanto dure - Pois bem, eternizou-se o tempo em que o beijo ocorreu, é impossível apagar do tempo o que ali existiu, não podemos apagar da memória e mesmo quando a morte nos tocar, nossos momentos estarão ali, eternizados. Estou precisando de alguém que não precise de mim, aliás, não estou precisando de ninguém. Eu não preciso de alguém que me complete no que falta, pois enlouquece e afasta nossas verdades. Eu preciso de complemento, posto que sou completa.
Peço perdão, meu amor, por ter colocado acima de você a necessidade própria e tê-la deixado colocar sobre mim o peso dos seus pés, deveríamos andar lado a lado invés de andar um pé sobre o outro. Deveríamos pensar juntamente, somos incapazes. Não somos almas-gêmeas. Somos a sorte e o azar, somos o amor e o ódio, a vaidade e a preguiça, em ordem desimportante, amei-te por igual a mim.
Nosso amor seria azul, se nos aceitássemos como somos.

Eu sou assim, uma pessoa abobada e sem preocupação, que abriu a boca diversas vezes e falou besteira numa mesa qualquer ou sentada num chão por aí. E você é assim, uma pessoa indescritível, mas que posso afirmar ser o contrário de mim. Não me culpe por não ser quem sou ao seu lado, pois sempre que me foi pedido para ser quem eu sou independente de qualquer, tive pouca ou quase nenhuma compreensão. Sou fria, sofria. Boa noite, e que mudem as estações, mas nunca o que se eternizou.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Good Enough

Você diz que não está rolando, que a gente parece amigas, que o que a gente lutou tanto te afasta de mim. E eu entendo que você não tenha tanta vontade de me beijar, abraçar e falar o quanto me ama baixo ao pé do ouvido. Eu entendo tanto, porque eu também não sinto essa vontade. Eu disse que caí na rotina, e nós caímos. Eu preciso de uns dias sem poder te ver, só pra relembrar o que é sentir saudades da pequena, eu preciso de uns dias sem sexo, pra aumentar o tesão quando o fizermos, eu preciso de uns dias com meus amigos, pra lembrar o quanto é bom ter você por perto. Eu não quero desistir do nosso amor, porque eu sei que ele existe por demais, mas que ele está enjoado de estar presente durante todas as horas. Lembro bem que no começo você dizia que não queria se sentir presa, hoje quem se sente presa sou eu, me encontrei na situação de estar lavando a louça e me deparar com uma mensagem dizendo que eu esqueço que namoro... Ah pequena, eu não esqueço, eu só estou bitolada de estar por perto por obrigação, por ter marcado e não poder desmarcar, por você gostar de pontualidade e eu ser tão atrasada em tudo. Tão ruim em tudo. Eu percebo o quanto não estou te fazendo bem, e o quanto a gente tenta disfarçar (ou ao menos eu) quando estamos a sós, nos momentos em que eu não quis transar ou adormeci, eu estava a espera dum abraço quente e de palavras doces. Cada uma tem sua perspectiva, eu não te culpo por nada, por mais que penses que eu jogo a culpa do que dá errado em você, no fundo, eu estou jogando em mim, e estou pagando essa culpa durante as noites e com os pensamentos a mil. Eu me sinto culpada por não acertar seus desejos, lembro até daquela história do rapaz que era simples mas que as vezes impressionava e do outro que sempre impressionava mas que as vezes decepcionava. Eu tentei impressionar, desci do ônibus em busca de um disco do Dylan mas decepcionei ao não comprar o toca-discos junto. Me perdoe, eu sei que o que faço é pouco e que ultimamente falta-me o mínimo do sentimento ao olhar pra você. Eu funciono de forma reciproca, se não estou sentindo tanto de você, será difícil você sentir tanto de mim, é infeliz, eu sei, também sou. Também somos. Não só as palavras infelizes mas a rotina infeliz e os pensamentos infelizes e o conto de fadas desmantelou-se todo. Eu desejei ser o pequeno príncipe daquela rosa, que no mundo era única, mas que existiam tais outras iguais, mas e daí se pra ele apenas ela haveria de ser? Pois é. Eu queria te regar, rosa. Eu queria ser boa o suficiente e não me sentir pressionada por isso, simplesmente, ser. Mas eu me sinto obrigada a acertar e todas as vezes que você não gosta de algo e me diz que não gostou, aparecem mil outras razões pra não ter gostado de mil outras atitudes e de repente eu estou com a cabeça girando e pedindo pra esses erros terem fim. As vezes não é você, não sou eu, as vezes não são erros, pode ser falta de enxergar além do que se toca, do que se vê. Tantas vezes eu desejei que você apenas percebesse que eu estava ali a te olhar, que eu havia pego ônibus com o dinheiro que eu nem sequer tenho pra estar sentada na sua cama com você do lado por algumas horas. E tantas outras eu desejei que você enxergasse que eu te esperava passar pela catraca, e buscava segurar o que estivesse na sua mão pra você não se atrapalhar e cair, outras que você percebesse que eu peguei as folhas em branco pra você não precisar preencher tudo aquilo, tantas outras, tantos momentos, te deixei tomar conta do meu computador e olha que isso eu nunca deixei ninguém fazer. O problema é que eu não me reconheço mais, eu dependo de você, e essa necessidade não está me fazendo bem. Eu não gosto que mandem em mim, que desconfiem das pessoas que eu converso, que falem mal de pessoas que eu gosto, que me pressionem a fazer algo, pois assim eu não consigo, talvez eu tocasse violão na sua frente se fosse diferente, talvez... Só talvez...
É pequena, eu não quero te perder, porque eu sei que se a gente terminar eu vou sentir saudades desse tempo que a gente passou juntas, que eu vou pensar em você todos os dias, e espero, não, não espero, tenho certeza que será o mesmo vindo de você. Mas eu quero sentir saudades, e quero viver a minha vida sem precisar compartilhar por inteira de você, e digo o mesmo da sua, porque nós perdemos a identidade própria e passamos a refletir pela outra, nem eu e nem você temos livre arbítrio. Deixe seu pássaro solto pelo mundo, e se ele voltar, é porque lhe pertence. Eu pertenço a você, não importa em que parte do mundo eu esteja.

Tudo que eu te peço é ar, para nós.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

04 01 12


Ela disse que queria partir, eu pedi que ficasse, ela disse que não. Eu sabia que ela não estava afim, mas pensei em tantas vezes na qual eu não estava afim e fiquei, pensei que foram boas vezes e me perguntei "Por que é que ela não pode ficar?", o problema é que pensei alto demais e ela ouviu meus pensamentos que soaram como a culpa acima dela, e então lembro de ter ouvido a seguinte frase "Eu não sou você, você fez porque quis, não te obriguei a nada" - Tudo bem! Ela estava certa, mas por que não filtrar as palavras e dizer que o cansaço era maior do que o amor no dia em questão? - O maior empecilho foi estar de frente para minha mãe enquanto ouvia as palavras que me magoavam, eu gostaria de tê-la em casa, passar um tempo sentada no sofá respirando fundo e depois almoçar ou jantar, tanto faz, eu a levaria para casa depois e como seus pais iriam viajar no dia seguinte, eu dormiria lá, como sempre. Mas ela não pensou nisso, disse que desejava estar sozinha e fechou a cara durante todo o tempo, eu lembro bem da tentativa vã da minha mãe tentar conversar com a gente sobre o tempo, a porta, a loja, a roupa, enfim. A imagem ficou feia, não só pra mim, muito mais pra ela porque agora minha mãe pensa que eu sou pau mandado demais. Foi desrespeito não evitar a briga por estar na frente de alguém que nos aceitava, nessa parte eu não mudo a opinião: Não gostei. Eu a amo demais, ela disse que partiria novamente e eu segurei suas mãos e pedi pra ficar, pra parar com aquilo, ela disse que iria embora, não parou, partiu, eu puxei seus braços, a cena ficou feia, eu fui atrás de novo, a gente se prendeu perto das escadas, a discussão pesou um pouco, ela disse que se eu a segurasse mais uma vez iria me dar um soco, eu disse para ela ir embora, ela disse que estávamos fazendo um papelão, minha mãe estava nos esperando próximo ao outro conjunto de escadas, eu disse isso, ela disse que eu não iria embora, continuamos na discussão e eu esperava que ela cedesse o quanto eu cedi correndo atrás dela até as escadas, em vão - Se subir, não precisa voltar - Ela subiu sem olhar pra trás, não lutou, não se mexeu e eu fiquei ali estátil esperando ela se arrepender dos passos que dera até ali. Voltei para o outro conjunto de escadas e não encontrei minha mãe, subi correndo as escadas por onde meu amor saiu momentos atrás, corri até a esquina e não a vi no ponto de ônibus, e tudo bem, não era o ponto correto mesmo. Minha mãe me ligou, disse que estava próxima as casas bahia, eu corri pelo lado de fora do shopping e avistei minha menina atravessando a rua em direção ao ponto, voltei a procurar minha mãe e ela não estava lá, era outra casas bahia, tudo bem, desci as escadas de novo e a encontrei, corri mais um pouco na tentativa de voltar, cheguei no farol e ele havia acabado de abrir, o ônibus da pequena passou, ela foi a última pessoa a subir nele, e demorou um pouco até. Mas o farol não abriu a tempo. E agora estou aqui pensando...

Por que não somos iguais?