quinta-feira, 30 de junho de 2011

Pequena

Meu amor, tenho planos só pra nós dois
E não gostaria de deixar pra depois
Penso no futuro sem calma
Pois ainda, ela é inquieta e desfaz a alma

O tempo deixa o seu beijo no ar
E faz questão de demorar a passar
Só pra eu seguir adiante
E ganhar outro beijo, no próximo instante

Quis comprar rosas
Escrever belas e tão longas prosas
Pra ver se assim roubava tua atenção
Mas é difícil ter a chave de um coração

Ainda mais como o teu
Que no passado se perdeu
Ao menos se na tua mente eu pudesse
E houvesse...

A chance de segurar tua mão
E até mesmo de te cantar, aquela canção
Ah, meu amor
Me deixa ser teu, por favor?

terça-feira, 28 de junho de 2011

A Lua em Libra, e o coração em Peixes



Lembro da época que eu costumava ser uma boa amante, mas era só por ser nova no assunto e tudo parecer novo e fascinante. Não que hoje não pareça, ainda me encanto com o reflexo no olhar e o bater de dois corações. Sou dessas que vai adiante, leva flores e dorme em baixo de uma ponte qualquer, se houver um sorriso a me acompanhar. Mas sou sofrida, machucada, entristecida, e, acima de tudo, esperançosa. O problema se encontra na última característica, a esperança de conseguir amor onde há de existir vida. Digo, há diferenças que até os dias atuais eu não conhecia, entre amar e viver. Quando se ama, não se vive. E quando se vive, não se ama. Infelizmente, pois estou procurando forma de viver e amar, em dois, e formar um só coração.
Um dia, eu conheci uma garota especial, mas eu estava comprometida. Apesar dos pesares. Acabei por acabar meu relacionamento, exatamente ontem, sem saber se isso daria certo, aliás, se isso dará certo. Eu quero tentar ser feliz. Eu quero fazê-la sorrir 24 horas seguidas, e depois analisar cada detalhe de seu rosto até vê-la adormecer. Não é um grande pedido, é tão simples. Eu queria ser capaz de fazer parte da vida dessa garota, como planejei dela ser parte da minha. Mas não consigo. Perco ela a cada final de semana que se passa, e deixo-a ir, e depois volto, durante os dias da semana, e peço desculpas pela paranoia de imagina-la longe de mim. É que não sou confiável, e queria ao menos, que ela fizesse parte das minhas noites em galera, para todos saberem que não devem mexer com a menina que já tem um amor. Acima de tudo, eu queria que soubessem que ela também tem um amor. É o medo de perder, de acontecer o mesmo que aconteceu com a gente, de aparecer outro alguém. E também, o desejo de viver com ela.
Tudo bem, fico por fim, distante de editar um texto que exprima tudo o que se passa na mente ultimamente, eu só queria uma casa branca, cavalos, cachorros e o sol a esquentar a grama, com ela do lado. Será que isso aconteceria? Eu não me importaria de levar os amigos dela pra essa casa e deixa-la curtir na sala enquanto eu estivesse andando por aí, em cima dum cavalo, ao menos saberiam que meu coração se amarrou ao dela, e que isso basta pra ser feliz, mesmo sem se ver.

sábado, 25 de junho de 2011

What Hurts the Most - Rascal Flatts

I can take the rain on the roof of this empty house, that don't bother me
I can take a few tears now and then and just let them out
I'm not afraid to cry
Every once in a while even though going on with you gone still upsets me
There are days
Every now and again I pretend I'm okay but that's not what gets me


O rapaz de olhos castanhos claros está fixamente olhando para o teto, relembrando de seu passado conforme as gotas de chuva invadem sua casa perante a janela. E as goteiras no teto. Lágrimas escorrem por seu rosto na mesma velocidade da chuva, são impossíveis de se evitar após o último acontecimento, ele não sente medo de chorar. Se incomoda com a distância do amor de sua vida: Bela mulher, de olhos castanhos-esverdeados e bochechas rosadas como um morango, ou uma maçã. O telefone toca, ele atende sem muito esforço, seu amigo pergunta se está bem e ele concorda ainda sem saber o que significa estar bem há mais ou menos... muito tempo.

What hurts the most, was being so close
And having so much to say
And watching you walk away
And never knowing, what could have been
And not seeing that loving you
Is what I was trying to do


Logo, a chuva passou. O rapaz resolveu caminhar pelas ruas, apenas para ver as flores e o céu (que se torna lindo após qualquer tempestade!), distraído, esbarrou em uma moça, derrubou seus pertences e, para não deixa-los molhar, se abaixou e os pegou, ao levantar percebeu que era a bela moça que partiu seu coração, ela nem mesmo agradeceu (apesar de seus pensamentos). Ela partiu. Ele continuou estático, parecendo uma estátua, por um bom tempo, vendo-a partir e desejando correr atrás, agarra-la pelos braços e exigir um último beijo, mas já era tarde demais.

It's hard to deal with the pain of losing you everywhere I go
But I'm doing it
It's hard to force that smile when I see our old friends and I'm alone
Still harder getting up, getting dressed, living with this regret


O rapaz continuou sua caminhada, entrou na padaria próxima ao lago para beber um coffe latte, seus olhos estavam claros além do comum, talvez devido ao choro. Sentou-se na mesa próxima a janela, percebeu os pássaros sobrevoando o lago, donas de casa levando os cachorros da família para passear, homens tentando ensinar aos filhos como se pesca, encantou-se com o pouco que viu naquele fim de tarde. Seus pensamentos foram interrompidos por um grupo de amigos, amigos da bela moça, aliás. Envergonhou-se ao dizer que a relação já não existia, mas forçou o sorriso e pediu desculpas por se retirar do local.


But I know if I could do it over
I would trade, give away all the words that I saved in my heart,
that I left unspoken.
Not seeing that loving you
That's what I was trying to do?


É difícil caminhar enquanto os pés pedem outra direção e, pedem o passado de volta. Sua certeza era o amor, mas nossa certeza muitas vezes não é a certeza do próximo. O rapaz se lembra de cada palavra dita a toa, e discussão. Lembra de ter escondido seu eu ruim para não magoá-la, ele seria o único que com o passar dos anos visitaria o túmulo da amada sem esquecer um único dia, esqueci-me de dizer, a bela moça na qual ele esbarrou, não existia, era fruto da imaginação de um amor perdido pra morte.

“Um Olhar Que Não Te Atravesse” – Stella Florence



É domingo. Você está enterrada até as orelhas sob cobertores, TV ligada numa luta de boxe qualquer que te hipnotiza com sua simetria de golpes. Então, o celular toca. Número desconhecido. Quem é? Sou eu. Ah, você odeia quando a coisa começa assim. Mas ele se identifica logo, conseguiu seu celular com um amigo.

Lembra de mim? Flashes de um homem de sobrancelhas loiras se espreguiçando devagar como um cão grande. E você adora grandes cães, com muito pelo, muita saliva, um grunhido rouco que significa “me coça” e uma maneira desajeitada de se jogar em cima de você. Sim, faz tempo, mas você se lembra dele. E em meia hora de conversa, sim, você gostaria de vê-lo agora. E nesse agora não há ansiedade, nenhuma ansiedade. No meio da conversa, ele pergunta:

– O que você quer?

– Um abraço. – você responde.

E é verdade. Você não quer muito mais do que isso. Um abraço e um olhar que não te atravesse, alguém que olhe dentro dos seus olhos e veja você, não o reflexo de si mesmo.

No carro, você pensa que todos os homens que passaram pela sua vida ultimamente só retiraram, cada um e todos eles, um naco da sua energia. Então, ao voltar para casa, você se percebe mais triste e mais sozinha e mais vazia e mais seca do que quando havia saído. Eles lanham seu rosto com a barba malfeita enquanto sugam o que você tem de mais precioso. Os homens te enfraquecem. Por que hoje seria diferente?

Ele te leva para o apartamento dele, te mostra sua vista do décimo quarto andar e encosta o peito em você. Apenas encosta. O suficiente para o cheiro dele subir direto para sua cabeça como uma longa tragada de baseado.

Mais tarde, você vai até o banheiro se lavar e tem a sensação de que aquela casa é acolhedora e quente. No corredor, você se agacha em frente a ele: Crow, o cachorro daquele homem. Grande e dourado, pêlos como fibra de ouro grudando na sua calça preta e aqueles redondos, densos e inocentes olhos castanhos. É ele quem acolhe as pessoas e esquenta a casa. É ele quem se aproxima e é ele quem te lança um olhar de reconhecimento, um olhar que não te atravessa, aquele olhar que você estava procurando. Com curiosidade e sem qualquer defesa. Ele é pura doação. Não importa quem você é, se sua barriga é flácida ou se sua garganta segura um choro doído há meses, não importa se sua maquiagem borrou e te deixou com imensas olheiras ou se você está menstruada: Crow te acolhe. Só com os olhos, ele te acolhe.

O homem te leva para casa e você se sente numa cena de “Lost in translation”: você, uma Scarlett Johansson no Japão, enquanto Bill Murray dorme no carro e a noite está agradável. Então você se lembra dele, dos seus enormes olhos que te devassaram num segundo. Crow. Pensando bem, você gostaria de chorar.

Carta de Desamor - Stella Florence



Me desculpe por ter tomado a iniciativa. Me desculpe por ter escrito. Me desculpe por ter ligado. Me desculpe por eu ter voz.

Me desculpe por ter dito sim. Me desculpe por ter gemido. Me desculpe por ter gozado. Me desculpe por eu ter voz.

Me desculpe pelos machucados que sua ex deixou em você. Me desculpe por eu ter vindo logo atrás dela. Me desculpe por querer entender seu silêncio. Me desculpe por eu ter voz.

Me desculpe por eu não ter usado máscara. Me desculpe por desejar alguma intensidade. Me desculpe por desejar. Me desculpe por eu ter voz.

Me desculpe pelo que foi ruim. Me desculpe pelo que foi bom. Me desculpe pelo atrevimento de supor que eu merecia o que de bom aconteceu. Me desculpe por eu ter voz.

Me desculpe por eu ter tirado a roupa. Me desculpe por eu ter mostrado meu corpo. Me desculpe por eu ter gostado de mostrar meu corpo. Me desculpe por eu ter voz.

Me desculpe por eu ter escrito coisas lindas para você. Me desculpe por você não ter entendido um terço do que eu escrevi. Me desculpe por você ter me achado ousada demais. Me desculpe por eu ter voz.

Me desculpe por, em algum momento, eu ter te amado. Me desculpe por, em algum momento, eu ter te achado bonito. Me desculpe por, em algum momento, eu ter me achado bonita. Me desculpe por eu ter voz.

Me desculpe pelos seus erros de português. Me desculpe pelos erros de português da sua nova namorada. Me desculpe pela sua nova namorada achar margarida uma flor pobre. Me desculpe por eu ter voz.

Me desculpe por você torcer para o Palmeiras. Me desculpe se uma barata entrar na sua cozinha algum dia. Me desculpe pelos 130 km de congestionamento em São Paulo agora. Me desculpe por eu ter voz.

Mas, sobretudo, me desculpe por pedir essas ridículas, inúteis e dolorosas desculpas. Que, naturalmente, não são para você, afinal, porcos não reconhecem pérolas.

Dia Onze



Fotografias e uma paixão instantânea, logo, pensamentos bobos e amáveis sobre o ser que eu ainda havia de conhecer. Então, eu disse: Darei o melhor de mim. Pois bem, fiz o contrário, mesmo sem mudar meus rumos e pensamentos, demonstrei o inverso do que senti, e muitas vezes, desejei que o coração palpitasse da forma que eu sonhei no primeiro dia, mas havia a culpa guardada em alma e a insegurança de ainda não ter me tornado quem pensei que fosse.
Viajei todas as noites para um mundo perfeito, deitei a cabeça sobre o travesseiro e pensei em surpresas para você. O medo de fazer o pedido ainda na segunda semana, passou para a terceira, quarta, quinta. E ainda está guardado em mim. Nunca tive a coragem, e o coração esfriou sem querer, percebi quando você comentou, parecia uma traição (Para comigo mesmo), não aceito quem sou ou a felicidade que tu trilharia em meu caminho. Não é a importância, ou o desgosto, ou a distância. É o estereótipo do que devemos ser e a entrada numa vida nova, e adulta. Da porta pra fora, é um outro mundo, nele eu consigo aceitar e compreender. E não consigo pensar o que seria de nós, de mim, ou do meu futuro, sem o homem que tanto me apoiou por todos esses anos e me viu nascer, crescer, e ser isto, infelizmente, sabe ele por incompleto. Se ao menos ele existisse por aqui, e compreendesse que desde que me entendo por gente sou assim, eu não desistiria tão fácil.
Aliás, não desisto. Mas sabes bem o quanto espero que se canse e me jogue de onde quer que seja, só pra eu não ter o arrependimento de dizer: Eu acabei com a felicidade. Apesar de saber que dói mais assim, tanto em mim, quanto em ti. Eu deveria pedir desculpas, mas tudo tem uma razão.

Somos nós, e o Pôr do Sol



Eu não deveria ter aparecido na porta da sua casa apenas por um pôr-do-sol, o fim de tarde seria amigável entre nós (eu e a solidão). O essencial era ver teu sorriso, pois assim fui movido pelo impulso e me encontrei depois de apertar a campainha. Era bem simples o desejo, apesar da complexidade existente na alma. Ao te encontrar me perdi, perguntei diversas vezes mentalmente qual era a razão de eu estar ali, se ali não me encontrava. Porém, diversas vezes decidi esquecer do mundo, e nessas vezes, encontrei-me com plena felicidade: A de ter o teu amor.
Incrédulo, deixei as perguntas rondarem sobre minha mente durante as quase trinta horas que passei ao seu lado, deitado ou sentado em sua cama, e apenas quando estávamos sozinhos. Em família, particularmente, esqueci quais eram as questões que pairavam a mente, me deixei admirar o sorriso sincero e a cumplicidade, não quis nem por um segundo imaginar como deve ser o lar normalmente, deixe estar, que seja da forma que vi e reconheci.
Confesso, finalmente, que ao ver o sol dar espaço para a lua no céu, ainda que nublado, senti medo. Era hora de partir e eu não deveria lutar contra. Me senti o sol, cedi espaço para a lua. E cá estou eu, amanheci no céu de todos mas não encontrei você pra iluminar. E amar.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Sophia, mas não a do Esteban




"Eu simplesmente me contorcia e pensava que era uma reação por ter bebido coca-cola demais quando cheguei na lan house. Mas com o tempo eu descobri que aquilo chamava tesão, e descobri que eu era mais maliciosa do que poderia imaginar, mas eu também descobri que estava amando uma garota e essa garota se chamava Bruna."

"Não fiz o correto, eu deveria ter deixado tudo na internet, mas os meses iam passando rápido demais e todos os dias nós nos amávamos como na primeira vez, quando dei por mim já havia pedido ela em namoro, já havíamos nos falado no telefone como um casal de verdade muitas vezes, me deitado na cama e pensado nela até pegar no sono, olhado da varanda de casa pro ponto de ônibus, durante vários dias de chuva, e imaginado eu e ela ali, juntas, abraçadas. Cada casal pra mim era o meu futuro com ela. Nós éramos perfeitas."

"Fora de cogitação, isto é o que ela era pra mim, mas eu queria aquela garota e planejava ir visita-la, eu pedia pro meu pai todos os dias e noites pra me levar pra Belo Horizonte, eu queria saber o gosto daqueles lábios. Nós fazíamos planos e muitas vezes eu dormia acordada me imaginando chegar na casa dela, escutar Avril deitada no chão do quarto dela, trancar a porta, dormir junto dela, eram sonhos e mais sonhos, era uma realidade."

domingo, 19 de junho de 2011

O Homem Leonino



Sou homem de várias mulheres, sou alma de uma. E assim vivo, e caminho, e transo várias vezes ao dia, e quem sabe, centenas de vezes ao ano. A fidelidade se resume a alma, pois a carne é fraca (E eu de momentos). Gosto de conhecer outros corpos, sejam eles bons ou ruins no que fazem, gosto de os testar. A fidelidade? Ah, ela toma conta do meu ser ao deitar na cama: Penso apenas em uma mulher, a minha mulher. Pois nenhum beijo se iguala aos beijos dela, e nenhum abraço há de ter tanto sentimento! Não olho para as outras como sou capaz de olhar para ela, e meu coração pertence inteiro e somente a ela. Eu buscaria flores no Texas, iria a pé até Nova Iorque e trabalharia todos os dias de minha vida (sem um segundo de folga) se soubesse que assim ela estaria a me esperar em casa, e me diria para deitar em nossa cama, e me deixaria sentir seu cheiro e seu abraço, e a olhar, quem sabe desenha-la, e faríamos amor durante todo o tempo possível, e até o amanhecer. É com ela que quero passar o resto de minha vida. Essa é a fidelidade e o sentimento que sinto, mesmo sendo difícil convencê-la disto, para ela não sou confiável (apenas por aproveitar momentos).
Assim, todos os dias ao me deitar, penso no meu amor (que distante está). Não penso nas três ou quatro transas que consegui durante o dia, foram distrações. Será que alguém entenderia o que é lealdade para um leonino faminto? Sou caçador por natureza, mas sou leal em alma, jamais abandonaria o amor.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Quarenta e poucos Sofrimentos



Brasileira sofrida. Caminha rapidamente pelos corredores de sua casa, desesperada e com olheiras (geradas do passado e não somente do sono mal dormido na noite anterior), coitada, não conhece o amor. Nem de filho nem de marido. Vive para o trabalho pois este há de lhe sustentar, há de lhe amar. Mal sabe ela, pobre mulher, que ele não ostenta a felicidade que tanto procura no espelho. Reclama e xinga por horas aqueles que haveriam de ser sua família, trata como lixo todo o império que conquistou nos últimos dezenove anos. É pobre de alma, espírito, dinheiro. Se veste com o desnecessário e deixa o necessário pra quem tem dever de criar. No almoço serve angústia com sobremesa de ódio, e assim são seus dias. Acorda as sete e já reclama (do sol na janela, do barulho da televisão, do café da manhã feito pelo marido mal amado), inferniza o bom humor de quem acorda com esperança de dias melhores, desce as escadas e vai conversar com suas plantas (pois elas não argumentam), depois de minutos volta para dentro de casa, bebe o café já posto em xícara pelo marido (o tal do mal amado) e diz que está ruim. Enfim, faz a toilette de cada dia. Procura a melhor roupa do guarda-roupas, enfeita-se, maquia-se e espera o horário de trabalhar. Arruma-se tanto para nada, ou talvez pela elegância de dizer "Pois sou diarista, e ainda mulher." Esqueceu apenas de ser mãe, esposa e dona de casa.
Todas as noites, ao se aconchegar na cama, finge ter vida normal e feliz. Conversa sobre as notícias da televisão e, forjando sofrimento pelo próximo, agradece a Deus por ter seu lar (pois tudo na vida lhe pertence). Esquece que o resto da família discorda, pois não se importa, amanhã é outro dia.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

O amor não Machuca, se permanecer guardado



Repara que eu não reparo em você, e esquece de reparar que eu reparo, simplesmente por pensar que eu não reparo, acaba por não reparar em mim. Já pensou?

Passei a caminhar com os pés virados para trás, como um curupira, só pra ver se te assusta pensar em me perder. Lembro do início, não havia sentimento forte, mas julgávamos existir, até chegar onde chegamos, e sentar numa cama a fim de discutir a relação.

Nesse início, lembro-me do quanto fazia para me ver, e do teu medo da nossa paixão ser só tesão incontido e incontrolável, eu dizia que não, mesmo com dúvidas. Repare bem: São pequenas ações que fazem meu dia, mesmo aquelas feitas de palavras, ou do silêncio. Silêncio normalmente me causa mágoas (se não houver a troca de olhares).

As vezes, quase sempre, encosto na cama e penso em você. Logo após, penso em seus julgamentos precipitados e na mania de julgar o que faço ou penso infantil. Penso, por vezes, que tu é infantil simplesmente por julgar. Penso, por outras vezes, que se a simplicidade lhe encanta tanto, como poderia tu, em plena consciência, me querer aprofundar nos teus assuntos? Se por tantas outras, tu me expulsasse do teu mundo com uma placa de "Favor, bater na porta".

Gosto de amar, mesmo sabendo que esqueci como o fazer. É a simplicidade do olhar, necessidade do calor. Explico que, para mim, o amor nada mais é do que o olhar sincero e carinhoso. O mundo cai aos pedaços a cada assunto aprofundado, pois se somos tão diferentes, o mínimo que poderá derivar da argumentação é a discussão, que logo se parte para outros ares, causa tristezas e pequenas mágoas (que se juntadas, equivalem a todo um coração).

Cabe a duvida dentro da mente e do sentimento: Pode o amor durar em silêncio? Pois se dito, estraga tudo e entristece o coração. Pode viver a saudade dentro do ser, triste e contido à lamentações, por um amor? E por fim, poderia trazer-me uma chícara de café? Temos muito o que conversar, espero que seja em silêncio (e com a troca de olhares, para exaltar o sentimento e criar expectativas e esperanças dentro da alma).

Se eu Não Sei o que é Sonhar Faz tanto Tempo



Talvez seja verdade, talvez eu esteja viciada em internet. Passaram-se tantos anos desde a primeira vez: 2004. Mas mesmo assim, depois de todo o ápice do vício que tive lá por 2007, as pessoas apenas perceberam isto agora, em 2011.
Eu cresci fisicamente, ou talvez nem tanto, só Deus sabe minha idade física ou mental. Por que tanta preocupação agora? Digo, regue bem tua planta e perceberá o quão linda ela há de ser no fim de seu amadurecimento. Não há como endireitar educação falha. Mesmo que, de minha parte, considere a educação que possuo, boa. Educação conhecida através de redes sociais.
Pais e mães, de todo o mundo (mesmo que eu não conheça 1/3 de famílias de cada região do mundo...), costumam comparar os filhos aos filhos do próximo. Então, por favor, mudem de família e percebam que nem tudo é o que parece ser.
Quantas vezes não encontrei minha mãe aos dizeres por aí "Minha filha estuda de manhã, tarde e noite, por isso não trabalha..." e em discussões a ouvi aos berros "Você é uma desgraçada. Tenho de mentir para o próximo por vergonha, dizer que não trabalha pois estuda, que terá um futuro... Quando na verdade, não terá!". Eu paro pra refletir: É isso mesmo, produção?. Piadas internas a parte. Como a mãe será capaz de conhecer o filho, se julga tanto o mesmo? Se diz ao próximo aceitar tudo o que o filho faz, se insinua aceitar homossexualismo e modo de se vestir, e força sorrisos, mas somente na frente do próximo? Onde está o prezado almoço de domingo em família? Aliás, onde está a família? Inexistente, pois não existe família sem base, tal como não existe conhecimento sem confiança (conhecimento verdadeiro, pois há segredos que não admitimos nem para nós mesmos). Eu não conheço minha mãe, por mais físico que ela exista.

Por fim, famílias de comercial de margarina existem: Mas não na minha realidade.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

"Ursinho de Dormir" U JAGMZO



Um dia acordei e percebi que o mundo havia mudado, as cores sempre tão excitantes e relaxantes, ao mesmo tempo, causavam-me ardor e tornavam-se preto e branco. O meu amor havia partido e levado consigo grandes partes de minha vida, levou o tempo nublado junto ao urso panda que, fisicamente, permanece em minha cama, levou consigo o coração e as cartas de amor, os planos de um futuro junto, a casa largada no meio da cidade, levou também umas muitas lágrimas e deixou na mesa da cozinha o desespero, dentro de uma caixinha que não demorei a abrir.
É complicado continuar a viver, digo que sobrevivi por alguns meses até, depois morri, e agora tento renascer das cinzas de um amor falido.
Esqueci-me de fotografias, de beijos, sorrisos, abraços. Apaguei históricos, exclui mensagens, amarrei o tênis do lado contrário. Desfiz todos os seus passos dentro da minha vida, tentando me recuperar. Não consigo lembrar de como os dias costumavam ser antes de você aparecer na minha vida, aposto que eram chatos e monótonos. Hoje não mais, mas ainda assim, os vivo sem você.
Durante a manhã, quando levanto da cama bocejando e caminho pela cozinha, vejo uma mulher, que dessa vez não é você, ela faz o café da manhã e sorri, acorda-me o ser com beijos demorados e juntas lavamos a louça. É difícil refletir, apagar sua imagem da mente e encaixar um outro alguém, sei que não teríamos nada a oferecer, mas ainda estranho a sensação do meu grande amor não estar por aqui. Digo que superei, talvez por ter superado, aprendi a amar outros corpos e mentes, a admirar outra forma de pôr o sol, outros lençóis e culturas, casas e apartamentos. Sorri. Lembro-me do sorriso que soltou durante aquela garoa fina na avenida Funchal, dói o coração e a alma, lembro do abraço dado, lembro do centro histórico de Santos, da casa de show, do canto da parede e do abraço tímido dado após a entrega da aliança, nós dançávamos ao som de Oasis e Cold Play, tentei guardar o nome das músicas mas mal conseguia pensar em algo além de você estar ali, depois de trezentos dias de espera...
É triste lembrar do quanto brigamos por nada, de quantas vezes quis calar sua boca e dizer o quanto eu te amava! Amei-te, mais do que tudo. E hoje tenho medo de usar a palavra "amor" pois sei o quanto machuca o tombo. Obrigada, apesar de todos os pesares, que sabemos: foram muitos. Você me fez feliz enquanto durou.