domingo, 26 de setembro de 2010



Tenho inveja de toda a beleza que não morre. Tenho inveja do retrato que você fez de mim. Por que é que ele há de conservar aquilo que eu hei de perder? Cada minuto que passa, acrescenta ao seu encanto aquilo que rouba ao meu. Oh, por que não o contrário? Se o retrato mudasse e eu permanesse aquilo que hoje sou! Por que quis você pintar este retrato, cuja ironia, a ironia cruel, não tardará a perseguir-me?

(Dorian Gray)

Nem tudo que parece ser é de verdade.




Estranho como a gente se acha no direito de sentir ciúmes das outras pessoas, de procurar vestígios só pra dizer que não somos a primeira; somos sempre a segunda, terceira, quarta, quinta opção, somos sempre quem a nossa auto-estima baixa quer que sejamos, somos então, nada. A primeira reação é a de perca, a segunda é de raiva, a terceira é logo partir pra briga. E por que? Talvez apenas pra ouvir um "Eu te amo, não existe ninguém além de você. Eu juro". Mas hoje em dia quem quer ouvir juramentos? Lealdade é um status de relacionamento do orkut? São recados? O que é lealdade senão o amor sincero de um coração? Já nem sei mais, só preciso reatar a confiança em mim, porque na primeira oportunidade de a voz se elevar, ela se eleva e eu não quero ser igual à todos por aí.

O meu Amor e uma Rosa

O meu amor a você deu uma rosa
de coração ele fez uma prosa
ele deu até mais do que devia
Nem uma rosa tua alma merecia

O meu amor a você tinha um fim
era infinito mas era assim
ele deu até mais do que temia
Nem o infinito tua alma merecia

O meu amor sentiu saudades
Andou por aí analisando cidades
ele deu até mais do que podia
Nem um passo tua alma merecia

Foi assim que meu amor morreu
Tentando descobrir o que aconteceu
Tua alma merecia tampouco nada
Meteu-me numa enrrascada



Não ligo pro amor da amizade que um dia aconteceu, tente entender que a consideração foi ao seu ápice mas decaiu quando você retrocedeu. Tentei não te perder no ar, tentei não te deixar partir mas logo o que te fazia sorrir, me fazia reclamar. Pera lá! Onde está a fortuna? Procurei tanto que descobri sua psicose, eram coisas simples e pacatas que te faziam não ser o que nós sempre pensamos que tu era, nós, a sociedade. Não adianta chorar pelas dúvidas, é necessário correr para longe e se permitir ser feliz, seja carpe diem, seja de alma o que teu rosto diz, não esconda suas cicatrizes e nem crie novas.
Tudo continua como exatamente à anos atrás, e o motivo é você. Tudo fica inacabado quando nós trocamos o presente para dar valor ao passado que já morreu.
Evite chegar na beira da loucura, é burrice.





Os nomes conhecidos já se desfazem em sua devida posição, o que antes de ontem era amizade, ontem foi amor, hoje é paixão e amanhã não será algo valioso. As despedidas passam a não mais existir e quando você se depara com a alma guardada, o que é teu presente já é passado e já está guardado nas lembranças. Complexidade amorosa. Facilidade de deslocamente. Sempre assim. O último sorriso do olhar azul some a esquina e você nem sabe o que aconteceu, os olhos castanhos se fecham, cruzam o farol; você encontra olhos escuros e neutros que te ensinam mais do que os azuis ou castanhos ensinaram. Você sente falta do azul, do verde-mar, do beijo castanho e encontra segurança na neutralidade. Analise o pensamento antes de revogar à tristeza, a culpa nem sempre é sua, a culpa é de quem há de ser. Aliás, qual seria o maior prazer do homem senão culpar ao próximo e induzi-lo? São trocas, experiências, é o homem ensinando ao próximo como decair.