terça-feira, 26 de julho de 2011

- Posso te contar uma coisa?

- Pode.

Não sabia por onde começar.

"Eu sempre fui de relações virtuais entrelaçada com relações reais, a diferença é que eu amava quem não podia ter, e matava meu tesão com quem estava por perto, e usava, e prometia, e amava sem medo nenhum de magoar alguém, isso, depois de eu ter meu coração quebrado pelo meu primeiro amor... e agora, eu desaprendi tudo, tô vivendo algo real, sem nada virtual, e eu não sei nem mesmo segurar na mão dela sem pensar que vou me machucar ou machucar ela, eu pensava que os outros eram vulneráveis a mim, e descobri que tô vulnerável a alguém que, honestamente, ainda ama a ex namorada. Eu tô quase igual você... mas você pode viver algo a dois, transformar em um só, se não for boba como eu."

Hoje o céu estava azul por completo, e em apenas um canto havia nuvens brancas, por trás delas existia um raio de sol alaranjado, e elas formavam algum desenho qualquer... mas perfeito. Comentei o quão bonito estava o céu, e me responderam "É mesmo..." sem nem ao menos se darem ao trabalho de levantar a cabeça e doer os olhos.
Encontrei, mesmo sozinha, o amor. Foram instantes caminhando acompanhada e devagar pelas calçadas do bairro que cresci, e aproveitando o vento no rosto, e pensando na imensidão que o céu atravessa fora do meu olhar, e pensando também, no quão grandes somos por dentro, e nas histórias que cada um carrega em si. Somos únicos. E mesmo assim, somos vítimas, pensamos sentir amor, mas é paixão.
Eu acredito no amor: Quando vejo o céu, quando o sol bate na grama, quando a criança balança, quando o vento sopra na árvore e derruba as folhas, quando o pássaro voa sobre o rio e principalmente, quando meu cachorro me espera na porta aos latidos e com o rabo balançando de felicidade! Ah, esse amor é único.
Agora, só tenho a dizer, tudo o que sinto e hei de sentir por um único ser, tudo que compartilhar, toda a história que eu viver, será real, mas considerarei paixão. Contradizendo, será amor enquanto durar. Mas a certeza da minha vida é esperar que meu amado vá antes para algum lugar do céu, só pra eu chorar em seu lugar por sentir saudades, espero então, que quando eu estiver no auge da meia-idade, eu me lembre de alguém que conheci e a olhe da mesma forma, mesmo que o corpo esteja repleto de rugas. Aí sim, eu saberei que senti o amor, virtude dos fortes, contemplar o sentimento por décadas, sentir mesmo se eu não ver meu amor por anos. Ah, como eu quero ter orgulho de amar!

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