terça-feira, 28 de agosto de 2012

Pulmonar

Não sei porque escrevo, talvez tenha lembrado do quanto aliviava a barra pensar que alguém iria ler o que posso dizer, mas hoje sei que tanto faz e que poucos serão aqueles que irão nos ouvir quando precisarmos, sem nos julgar. De qualquer forma, sou a autora deste texto e desabafo comigo mesma, não devo temer meus julgamentos, devo guardar como lembrança o que escrevo neste pedaço do infinito.
Nos últimos dias ando cantarolando "milonga" da banda Fresno aos cantos da casa, me pergunto o por que mas não encontro respostas. Sou vazia.
Meus medos estão todos à tona e pensar no futuro me faz regredir. Eu vejo casais se amando e não consigo entender qual é a fórmula pro sucesso, já penso que em seis meses irão terminar ou me pergunto porque é que quero distância deste sentimento.
Mas é óbvio, é cru demais a resposta: - Quero distância do amor porque ele cria calos e cicatrizes, não é capaz de recuperar a alma por um todo, deixa queimaduras a cada chance de nos reerguermos e lutarmos ao lado de alguém novo. Eu não quero alguém novo. Nem velho. Nem atual. Nem ninguém. Eu quero eu.
Eu quero liberdade, escolhas próprias, personalidade, essência, auto-suficiência, aprendizado, amadurecimento, e principalmente me fazer feliz. Existem pessoas que dizem que sem o amor a vida nada é, mas o amor está em tudo, então, o amor tudo é. E por enquanto encontro o amor dentro de casa, encontro o latido dos cachorros felizes ou raivosos, me faço bem.

De resto, meu amor criou repulsas, e nem falo de uma só forma...
Todas as formas.
Exceto as da natureza.

domingo, 29 de julho de 2012

TALVEZ NÓS

Eu não sei direito o que admitir pras pessoas ou pra mim. Nem pra você. Eu não sei o que está se passando comigo, mas sei que me desespera o teu estado e eu não desejo partir sem saber que ficará bem. É porque eu já te vi chorar e enlouquecer, se auto-mutilar por perder o controle, e também já te vi amar como uma criança. E me fazer amar como se tu fosse um doce. Perdoa, perdi o respeito depois daquele roxo na minha perna, perdoei de coração mas não esqueci, todos os passos mudaram desde então mesmo sabendo que você, de fato, havia se arrependido do que fez. Você mesma diz que arrependimento e desculpas não são tudo, essa é a prova concreta que tenho, nossa vida mudou depois daquela decepção. Eu amo você. Eu amo. E quero lhe ver bem, não quero que corra aos meus pés ou venha bêbada na madrugada me pedir um abraço, tu é sempre bem vinda contanto que não corra riscos. Não quero te usar. Dormir contigo outra noite e amanhã continuar com o fim tão doloroso que criei, ou criamos. Tenta entender, eu quero saber se você está bem, e sua agenda anda mais lotada do que a minha, não perca seu tempo comigo. Perdemos o respeito que nos restou e amor já não sustenta essa construção.
É triste lembrar teus beijos e abraços antes daquele dia, maldito dia...
Eu sinto falta.
Falta da pureza do teu amor.
Abandona essa loucura.
Depois que se amar, estará preparada para amar qualquer pessoa.
Talvez nós.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Perdoa por eu não poder te perdoar
Dói muito mais em mim não ter a quem amar
Ecoa em mim o silêncio dessa solidão
Pudera eu viver sem coração

Amor, tá aí algo que eu não sei explicar. Não sei nem ao menos como sinto, nos dias atuais. Eu lembro bem, pequena, da vontade que eu costumava ter de estar perto de você, de ser útil, de me tornar especial. Mas de repente, me encontro olhando pra parede e buscando boas lembranças, que são muitas, mas que não me completam mais. É triste saber que depois daquela noite na Augusta, da aliança que eu joguei na beira da calçada e desapareceu, meu amor também se foi um pouquinho. Eu gostaria de dizer que não perdi o respeito, é difícil, pois sei que nunca mais senti a mesma segurança ao olhar no fundo dos seus olhos, nunca mais consegui entender o quão profundo era seu amor ao te ouvir dizer, pois sempre lembrei daquele chute, daqueles tapas no ar que saíram de ti, mas não eram você. Eu nunca mais fervi por dentro de vontade de estar com você e ter uma noite de amor especial. Eu nunca soube como te dizer isso, que sempre senti, todas as vezes que você deitou no meu colo e me esquentou com tua respiração. Eu sinto um vazio em mim desde aquela noite. E não bastando esse vazio estar aqui, sinto-me incapaz de superar, tão incapaz de estar por perto quatro dos sete dias da semana é vazio pra ti também. Eu faço o possível pra estar por perto, não há um fim de semana sequer que você não possa me ver, mas te deixo vazia quando olho pras paredes ou logo após voltar pra casa e passar o dia inteiro no computador mas sem conversar com você. No fundo, eu estou cheia de tantas cobranças. Cheia de querer superar o que aconteceu mas lembrar sempre que fecho os olhos... De que adianta você voltar pros meus braços após alguma discussão? Se quando eu menos esperei, bum, levei um chute. O meu amor não confiou em mim, e não existe desculpa pro que aconteceu, se alguém merecia uma surra era quem não estava respeitando meu espaço, se me conhece bem, saberia que eu não estava nem um pouco afim de estar ali. Tanto faz, o meu amor partiu pro fundo do coração e eu ainda tento mante-lo aquecido a cada abraço que recebo teu. Mas os beijos já não são os mesmos, as conversas parecem não funcionar, você pensa que eu estou contigo por comodismo e eu queria que soubesse que não, não é comodismo, eu tô tentando superar algo que pelo jeito é insuperável e cada mês aumenta um pouco nossa distância. Eu sempre disse que eu não gostaria de ser um obstáculo no teu crescimento, que eu não gostaria de partir pra você aprender alguma lição, mas será que eu também não preciso aprender alguma? Eu não consigo estar por perto quando você precisa, eu me afundo aos poucos na cama, não tenho paciência nem pra mim, sou só. Tu me cobra estar ali, sem chance de escolha, diz que eu tenho livre arbítrio mas se eu escolho diferente do que espera, ah... não consigo nem explicar o que tu é capaz de me dizer. Perdão, pequena, eu não sei o que esse texto inteiro quer dizer, eu amo você, sei que amo pois escrevo enquanto choro por não ser capaz de estar aí, de ter vontade de trocar mensagens durante todo o dia, de ter vontade de responder suas mensagens, de querer te buscar em casa pra gente ir pro museu... Choro, pra aliviar essa dor de culpa que eu sinto por não conseguir te perdoar.

sábado, 16 de junho de 2012

Saudades da menina que estava sempre com um papel higiênico pendurado no nariz, com cara de espirro e pijama. Que confiava em si, e me fazia confiar também. Que fazia tudo parecer fácil as seis horas da manhã. Do cabelo ruivo alisado, com óculos quadrado e blusa preta com camisa xadrez. Êta saudade que mata, corrói e me mantém aqui. Saudades daqueles olhos que conquistavam cada dia um pouco mais, e faziam questão disso. Daquela mente que queria impressionar e aconchegar, do olhar cuidadoso de quem pretende transar a madrugada inteira... Saudades. Disso tudo que não vai voltar, por ela não ser mais assim. Por ela não entender que isso me cativou e depois partiu.


"Amor próprio, sem ele, nada somos. Apenas obcecados."

sexta-feira, 15 de junho de 2012

01h55

A guria entendeu tudo errado... Eu só queria chance pra respirar e ver o sol nascer sozinha, pra depois saber o quanto é bom fazer isso acompanhada. Queria chance de ficar dias em casa sozinha, pra depois a presença dela invadir todo o meu ser e eu entender o quão tudo é vazio sem o amor. E queria também, se possível, um lugarzinho só nosso, porque me cansa ficar longe de casa tantos dias seguidos e morar de favor, mesmo sem especificar, numa casa que não me pertence, com parentes que não são meus. É diferente, o estômago roncar de fome meia hora depois do almoço e não poder abrir o armário e pegar o que quiser, como eu faria em casa. Não é só isso, eu queria ela passando um tempo aqui e conversando com meus conhecidos também, dando umas voltas pela praça num domingo tedioso ou comprando um vinho barato invés de cerveja. É fácil dizer que eu estou estragando tudo ao dizer que perdi a vontade de ficar por perto, que eu sou grossa, fria e sem coração. Mas se eu disse isso, é porque tem algo além pra mostrar. Eu não me sinto a vontade num lugar em que não me pertence por completo, todos somos assim, estar com você bastaria, bastou e bastará, mas não serão todos os dias, pois bastaria se eu tivesse meu guarda-roupas e suprimentos ali, bastou porque usei do que você me deixou usar, e bastará porque um dia teremos nossa casinha branca. Com todas nossas bagunças misturadas. Eu estou apaixonada, mas tendo uma perda ambígua, a perda do espaço e do tempo, do que permiti acontecer e do que não quero que se repita. Entenda, eu não disse que não quero estar por perto e sim que discussões e esperanças me fazem querer sumir, não só de você, e sim de mim. Deixei entre linhas, se me conhecesse tão bem, saberia. Nem eu te conheço a ponto de saber.

terça-feira, 15 de maio de 2012

"Vontade de sentir de novo aquele beijo, que detalhadamente você o canta como se nada houvesse realmente acontecido." 
Pois é, é de arrepiar. 
E eu não quero saber sobre isto, eu li. Eu existia naquele período de tempo, assim como em outros no qual não fui capaz de entender que a lua que você falava não era minha... 

domingo, 13 de maio de 2012

13

Será que sou má?
Sinto como se tivesse maldade no coração.
Sinto pois tudo o que vem a mim se torna ruim ao passar dos dias...
Sinto pois todo o amor que eu quero expressar se prende entre o corpo e a alma e nunca é capaz de se tornar um gesto bom e amável.
Minhas palavras costumam ser frias e diretas, as vezes eu gostaria de acreditar em algum deus, de jogar minhas  dúvidas pro alto e simplesmente acreditar em uma fé maior, quem sabe isso não pudesse me tornar cega a ponto de amar o próximo sem perceber o quão ruim ele é?
Eu vejo pessoas da paz por aí, pessoas onde outras pessoas simplesmente estão por perto, sorrindo e curtindo um som, pessoas que as vezes nem sempre são falantes, que os outros gostam mais da presença do que do papo em si, pessoas que transmitem a tal da paz que eu procuro. E eu nem sequer consigo estar por perto de uma pessoa assim, sem parecer forçada.
Mas é aquela história,
quando estamos mal, descobrimos quem realmente está com a gente.
Eu por minha vez descobri, mas queria ficar bem, queria estar rodeada de uma vida que não me pertence mais. Eu sinto saudades do conselho de pessoas que eu jamais poderei conversar novamente por ter partido o coração delas, pela amizade não ser mais a mesma, ou simplesmente, por não ter outra chance.
Eu gostaria de um mundo pacífico.
Eu não encontro a paz em mim, imagine no mundo.


13

Sem previsão para fechar os olhos, estão cansados, pesados e avermelhados, estão atormentados e infelizes. Me pergunto se são os olhos ou a mente, a mente não para de pensar e é tão pesado, exaustivo. Até mesmo quando ela para de pensar, ela pesa e pensa tanto que dói-me todo o crânio, que estica as pálpebras e faz-me respirar fundo e arrumar a postura na cadeira. Falta uma xícara de café, se quer saber...
Sou errada, durante todo o tempo torno tudo o que é capaz de se tornar a mim abaixo de zero. Não sei por que. Apenas faço. E tento sorrir, e tento conquistar amigos, vidas, momentos e sabe-se lá o que mais possa ser conquistado por alguém. Mas não dá certo, porque quando me aparece a chance de curtir um bom momento, e eu procuro por alguém pra fazer isso comigo, não há ninguém ali.
Se alguém fosse capaz de entender o que eu sinto por dentro, sentiria pena. É frio, é tão frio que quando me sinto ofendida, derrete a água em mim e faz chorar. O coração é uma pedra, um tanto quanto roída pelas decepções, mas ainda assim, grande e inútil nas devidas situações. Eu só queria que ele fosse uma bolha leve e calma... Por que é que tem que ser assim? Uma pedra? Será que dá pra moldar?

SERÁ QUE DÁ PRA MOLDAR A PORRA DO CORAÇÃO?

Sinceramente, gostaria.
Eu procuro novas chances, eu sorrio, eu abraço, eu tenho um mundo pra dividir com todas as pessoas que se oferecem a passar um tempo comigo...
Eu vou pisar na bola as vezes, vou zoar de quem eu não conhecer mas não vou deixar a pessoa ouvir (mas quem não faz isso? Será que é esse o meu problema?)
Caralho, quantas dúvidas.
Eu só queria entender porque é que sempre que eu resolvo mudar o rumo, encontrar pessoas, sorrir um pouco, ninguém tem tempo pra mim. Eu já nem sei mais quem chamar "além daqueles dois amigos" que também não devem ter tempo pra mim.
E aí quem pode dar palpite na situação diz que eu não faço nada pra mudar, mas ninguém me leva a sério quando eu digo que passo mal todo santo dia, que minha gastrite ataca e que eu tenho uma vida baseada em não estar bem. Eu preciso de óculos, de remédios gástricos, de dentista, de atenção. 
De amor.


quinta-feira, 10 de maio de 2012

Vazio



O estômago acusou, levantei da cama e caminhei em direção ao banheiro, olhei-me no espelho e molhei as mãos. Saí direto para a geladeira, abri, olhei, fechei, abri novamente, olhei, olhei melhor... Me senti vazia. Lembrei da pequena de shorts largo na cozinha, da blusa hering escura e desbotada, o cabelo bagunçado com a ponta enrolada... É, a ponta, porque não há outras pontas nesse cabelo. 
Vi a geleia de morango, dessa vez é a da turma da mônica, mas não tem a pequena pra dividir. Fechei a geladeira, lembrei das madrugadas que descíamos as escadas cinco horas da manhã pra comer azeitonas ou tomar leite com toddy gelado. 
Droga! 
- Eu não quero comer - Não nesse vazio, não sem a pequena, sem as paredes azulejadas verde ou a mesa cheia de migalhas de pão. 
Na verdade, eu não quero comer de jeito nenhum, porque o vazio já me preencheu o estômago...
Vou ter de esperar a próxima vez.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Sexta-feira 13

Mas nem tanto, se comparada ao mês anterior...



Feliz dia 13, meu amor.
Eu sei que essa semana eu não pude estar por perto,
mas foi uma das melhores, por saber que você está por perto.
Eu tô doentinha, meus dentes doem e eu mal consigo comer...
Mas sabe, dói menos do que chorar a noite por ter brigado contigo,
pensar que a gente talvez não se veja mais, imaginar seu beijo sem o meu.
E eu logo melhoro, sei que sim, porque tenho você por perto...
Toda e qualquer dor, ameniza depois do teu abraço.
Toda e qualquer dor, ameniza ao sentir o quente da tua respiração,
ao saber que seu sorriso voltou, que a gente tá se entendendo....
Que existe amor!
Pois é, pequena.
A gente se pertence de um jeito tão simples, que se torna complicado.
Mas feliz dia 13, e daí que é sexta-feira?
'Bora ver um filme, e se não der, 'bora dormir porque nos sonhos te encontro.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Anagrama de Amor deveria ser Dor

O tempo me controla, eu fujo e desmorono pensando em voltar pro início e reviver todas as emoções que senti, até mesmo as mais insignificantes. Aliás, onde estão minhas palavras se o que consigo é olhar pro espaço em branco? Se não encontro compreensão no que preciso dizer? Dane-se. Eu nunca quis ou imaginei que um dia estaria a pensar como estou agora... Eu sinto saudades. Eu sinto saudades desde quando ainda estávamos ali, respirando. A respiração quente, esfriou. O coração amador, criou escudos pra se safar. As palavras doces, amargaram. De repente, estar ali era triste e obrigatório, nós não éramos capazes de sentir o amor. Estou dispondo de mim, estou esperando que a decisão seja correta, que a felicidade apareça em breve para nós... Se você sorrir, eu também sorrirei. O amor é assim, infelizmente, o nosso nos faz mal. Eu não sou a pessoa perfeita para se namorar, mas sou leal ao que acredito, que é lhe fazer o bem ao me afastar. Não somos capazes de seguir em frente com as mãos dadas, superando todo e qualquer furacão que aparecer, me dói tanto dizer. Mas nós podemos estar ali, para levantar a cabeça da outra quando ela a abaixar pro mundo. Eu deixo bem claro: Não a machuquem, já o fiz demais. Apesar de saber que tenho o poder da cura, se me deixar sentir. Os olhos fecham, eu lembro dos dias em que me ofereci pra buscá-la em casa... De olhar pro céu, acordar com o cachorro na cama, tocar violão, se abraçar no frio, se desejar em momentos indevidos, se beijar enquanto chove, assistir filmes, almoçar, jantar, descer as escadas, se arrumar pra sair, ligar durante a madrugada, conversar sobre música, teatro, cinema, tênis novo, que roupa vestir, lavar a louça, esquentar comida no microondas com dois pratos, limpar a boca na toalha de mesa, abrir a geladeira pra pensar, fazer suco, dormir de conchinha, dormir abraçado, dormir de mãos dadas, dormir caindo da cama, não dormir, comer azeitona, televisão ligada no mudo, cabos jogados pelo chão, chapéu verde, penteadeira, antitranspirante, calcinhas, cama dos pais, ventilador de teto, alergia, hospital, estação do metrô, banco do terminal, blusa de frio, mãos bobas, McDonald's, Subway, bar, mesa amarela, mesa vermelha, beijo com gosto de cerveja, calçada do bar, calçada da frente do bar, luz forte, camiseta do Good Charlotte, viagem, queimadura, mosquitos, regata, carro, água de coco, suco de morango, suco de uva com leite, Coca-Cola, remédio pra gastrite, lençol furado, edredom vermelho escrito em japonês, mural, fotos 3x4, desenhos, violão, baixo, baixolão, guitarra, vídeos, suéter, sinuca, tatuagem, bagunça, sorrisos... paixões... amores... Todos seus.
Perdoa, eu amo você, pequena.
Estou tentando ser racional, se há o que faz bem, devemos lembrar do que faz mal também...
É a cama que eu deixei de arrumar, o jantar que você não me esperou pra começar, a informação que eu esqueci de falar, a luz não apagada, a solidão do quarto, o sono impedido, a indiferença pelo desconhecido, a falta de vontade, a vontade demais, o sonho interrompido, o momento indevido... Não, não quero falar disso. Mas quem a gente tenta enganar se hoje a dor quer ocupar o lugar do amor?

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

01

Ela disse que eu tirei a paz que nela habitava, que eu não era capaz de fazê-la sorrir nem enquanto eu tentava. Ela disse palavras feias, me mandou pro inferno e disse que não queria mais me ver... Disse também que sou incapaz de amar, que sou frio como o gelo, mas se esqueceu que gelo gruda na ponta da língua antes de derreter. Ela me fez sentir incapaz, um trapo, um lençol rasgado e um vazio. Já não bastasse o vazio que habitava em mim toda vez que não a via, ela foi capaz de dizer que ele não deixou de existir nem ao menos perto dela. É por isso que eu escrevo, meu bom amigo. Pra perguntar o que é que eu posso fazer além de escrever, será que existe algo a se fazer? Eu sorri e disse "Por favor, querida. Pare com isso.", eu fechei os olhos e ouvi o que eu nunca esperava ouvir, eu poderia lhe contar mas isso é um desabafo e não espero que sintas dó de mim, sendo assim, pularei para a próxima parte. Se ela soubesse que eu estava disposto a fazer o leite de todas as manhãs, talvez ela percebesse que o mínimo que eu peço é liberdade no meu cômodo.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Tudo É Só Isso

Eu estava sentada, inerte e sem sentimentos. Fechei os olhos, de relance lembrei de nós duas sentadas sobre o banco do terminal rodoviário, foi por impulso que suas mãos pararam próximas do meu corpo, estacionamos no tempo e ali ficamos uns belos minutos a nos desejar silenciosamente. Nunca senti tanto por alguém quase desconhecido como senti ali... Nunca quis tanto tocar meus lábios em outros lábios quanto naquele momento. Era você. Estava escrito em alguma página esquecida de algum livro que eu esqueci de ler, mas que depois eu descobri sozinha, era você. E eu sinto saudades dessa pessoa semi-desconhecida que sentou no banco comigo, ela parecia bastante peculiar e interessada nas galáxias, adoradora do céu e do bom som. Infelizmente, não a conheci por muito tempo, a lua fez questão de mudar as fases e nos desencontrou no meio do caminho quando tudo já estava correto, descobri que eu me tornei outra pessoa, e ela também. Essas pessoas não se dão tão bem quanto as antigas, mas elas sofrem pelo que as antigas viveram pois sustentam na memória lembranças desse tempo passado. As lembranças não as deixam partir, mas também não salvam os momentos futuros, é triste, eu sei. Eu queria poder reencontrar aquela garota que conheci, quem sabe eu não voltasse a ser quem eu costumava ser?

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Rua Augusta

É de madrugada que o amor se concretiza em mim, pois amo o silêncio e a paz que ele é capaz de transmitir se o deixarmos fluir dentre as veias, e ignorar o som da pulsação. Mas a madrugada também traz pensamentos evitáveis durante parte do dia, o pensamento toma outra forma, o que antes irritava pode agora magoar ou acalmar, depende muito de você, depende muito da paz encontrada. Lembro-me apenas de olhar para a perna, enxergar a mancha já amarelada que nascera noites atrás, e diminuir o tom da voz, eu disse que não era nada - E não consegui me enganar. Me pergunto por quantos dias pensarei no que ocorreu, e se haveria forma de esquecer ao menos os trinta minutos finais daquela noite, pois é estranho e me faz sentir diferente, me entristece não só o coração, mas a alma por completo, lembrar que poderia ter sido de outra forma. A paz da madrugada me permite escrever calmamente sobre fatos que tornam meus olhos a piscarem o dobro de vezes, tanto quanto a pulsação que tento ignorar. Espero que fique tudo bem... Eu desculpei, mas não esqueci, pois esquecimento é perdão, estou procurando a estrada certa dessa dádiva, sei bem que perder a confiança ou a admiração é capaz de me afastar até mesmo de mim. Pois bem, estou lutando.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Galo Chinês - 21


Saúde: os ossos em geral, os joelhos e todas as articulações em particular e o fígado.
Defeitos: desejo exagerado de perfeição, levando ao pessimismo e à melancolia e à insatisfação consigo mesmo. Falador e egocêntrico.
Características: Movido por um desejo interior enorme de atingir a perfeição em todos os sentidos, inclusive no plano espiritual, o nativo do Galo prima pela simplicidade em relação aos bens materiais, pois não se deixa ofuscar pelo luxo ou pelas suas posses, que são muitas, graças a sua capacidade de ganhar dinheiro. Preocupa-se com o próximo com uma dedicação extrema, cuidando carinhosamente daqueles que precisam de sua ajuda. Essa característica toda própria faz com que se dediquem às profissões da área médica e da assistência social. É metódico, inteligente, com um charme todo especial pela sua ternura, encantando a todos com seu espírito observador e analítico. Quando se trata de expressar os próprios sentimentos, no entanto, o Galo é tímido e retraído, o que lhe traz inúmeros problemas no relacionamento amoroso e sexual. Aprecia as novidades e se entrega à vida com um entusiasmo contagiante. Podem ser muito mordazes em suas opiniões a respeito das pessoas e detestam a crítica. Quando magoados, tornam-se agressivos e demonstram até certa crueldade.Não tem, no entanto, espírito vingativo, pois sua memória para fatos desagradáveis é muito pequena. Em pouco tempo se esquece de uma ofensa.Não se arrisca, preferindo traçar metas e objetivos realistas e ao seu alcance. Preserva sua própria liberdade, mas não evita de se intrometer na liberdade alheia.No sexo não é o que pode ser chamado de amante perfeito, mas pode ser romântico e sensual, se isso lhe for despertado.

Nome Chinês: JI, Nome Japonês: TORIHoras: 17:00 às 19:00 horas, Direção: oeste, Mês Favoravel: março (outono)Elemento: Metal, Polaridade: Yin, Planeta Regente: VênusMetais: níquel, Pedras: ágata e turmalina, Erva: sabugueiro, Perfume: gardêniaCores: azul-marinho e verde, Flor: verbena, Planta: laranjeiraNúmero da Sorte: 5, Dia da Sorte: quarta-feira 

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Tempo Vazio

Esvazio a mente, lembranças aparecem. Épocas voltam ao presente, saudades preenchem os sentimentos confusos: Por que penso?. Penso porque é tarde para fazer algo além de pensar ou dormir, e porque a insônia insiste em permanecer. Eu sinto saudades. Do tempo, de pessoas nas quais eram o porto seguro, de levantar a voz e me expressar, estou com saudades de ser criança. Envelheço, neste exato momento, um pouco mais - Me desculpe, me desculpe, me desculpe - Peço. Não passe tão rápido tempo, tenho medo do que possa acontecer.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Te peço pra ficar, entretanto, não sei se mereço
mas está tudo bem, viu meu amor?
Amanhã trarei pétalas e um grande buquê de flores

Já ouvi por aí falarem que as vezes um beijo fica no ar
Ali, sem acabar
E por vezes, senti que nosso beijo não se acabou
É por isso que eu volto amanhã
Com todo o meu amor

Prometo deixar vários beijos inacabados
E se um dia os completar, saiba que algo está errado
Eu quero no dia seguinte encontrar o pedaço que faltou
no dia anterior
Mas não se esqueça: É só na despedida, meu amor


Já ouvi por aí falarem que as vezes um beijo fica no ar
Ali, sem acabar
E por vezes, senti que nosso beijo não se acabou
É por isso que eu volto amanhã
Com todo o meu amor

Meu amor,
E todo o meu amor é você.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Me Faz Querer


Te peço desapego, um chá e sossego
A arte de amar me meteu noutro lugar
Que é pra lá de complicado,
faz sofrer um bucado

Mas me faz querer ficar...

No amor eu faço errado
me meto nos laços,
entrelaço os passos,
desmantelo os teus passos
e vivo um pouco mais

Cê surge do nada
Como quem não quer nada
Diz que está sofrendo
Que está noutros ventos
Mas que história é essa?
Quem disse que não me interessa?

Senta na cadeira
Tenho muito a te contar
Eu peço desapego, um chá e sossego
A arte de amar me meteu noutro lugar
Que é pra lá de complicado,
faz sofrer um bucado

Mas me faz querer ficar...

No amor eu faço errado
me meto nos laços,
entrelaço os passos,
desmantelo os teus passos
e vivo um pouco mais

sábado, 14 de janeiro de 2012

Estação



O vento atrapalha a cortina obrigada a estar em frente à janela, se ao menos ela pudesse se afastar além dos trinta centímetros que consegue levantar quando o bendito teima em entrar dentro dos cômodos de casa - Ah, se ela pudesse! - Me perdoe. Sentei-me no colchão sujo de suor, e ao mesmo tempo tão limpo dos pensamentos positivos da noite anterior... É, meu amor, não foi dessa vez. Será que alguém lembra daquele verso de Vinícius? - E que seja infinito enquanto dure - Faço uma breve modificação - E que seja eterno enquanto dure - Pois bem, eternizou-se o tempo em que o beijo ocorreu, é impossível apagar do tempo o que ali existiu, não podemos apagar da memória e mesmo quando a morte nos tocar, nossos momentos estarão ali, eternizados. Estou precisando de alguém que não precise de mim, aliás, não estou precisando de ninguém. Eu não preciso de alguém que me complete no que falta, pois enlouquece e afasta nossas verdades. Eu preciso de complemento, posto que sou completa.
Peço perdão, meu amor, por ter colocado acima de você a necessidade própria e tê-la deixado colocar sobre mim o peso dos seus pés, deveríamos andar lado a lado invés de andar um pé sobre o outro. Deveríamos pensar juntamente, somos incapazes. Não somos almas-gêmeas. Somos a sorte e o azar, somos o amor e o ódio, a vaidade e a preguiça, em ordem desimportante, amei-te por igual a mim.
Nosso amor seria azul, se nos aceitássemos como somos.

Eu sou assim, uma pessoa abobada e sem preocupação, que abriu a boca diversas vezes e falou besteira numa mesa qualquer ou sentada num chão por aí. E você é assim, uma pessoa indescritível, mas que posso afirmar ser o contrário de mim. Não me culpe por não ser quem sou ao seu lado, pois sempre que me foi pedido para ser quem eu sou independente de qualquer, tive pouca ou quase nenhuma compreensão. Sou fria, sofria. Boa noite, e que mudem as estações, mas nunca o que se eternizou.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Good Enough

Você diz que não está rolando, que a gente parece amigas, que o que a gente lutou tanto te afasta de mim. E eu entendo que você não tenha tanta vontade de me beijar, abraçar e falar o quanto me ama baixo ao pé do ouvido. Eu entendo tanto, porque eu também não sinto essa vontade. Eu disse que caí na rotina, e nós caímos. Eu preciso de uns dias sem poder te ver, só pra relembrar o que é sentir saudades da pequena, eu preciso de uns dias sem sexo, pra aumentar o tesão quando o fizermos, eu preciso de uns dias com meus amigos, pra lembrar o quanto é bom ter você por perto. Eu não quero desistir do nosso amor, porque eu sei que ele existe por demais, mas que ele está enjoado de estar presente durante todas as horas. Lembro bem que no começo você dizia que não queria se sentir presa, hoje quem se sente presa sou eu, me encontrei na situação de estar lavando a louça e me deparar com uma mensagem dizendo que eu esqueço que namoro... Ah pequena, eu não esqueço, eu só estou bitolada de estar por perto por obrigação, por ter marcado e não poder desmarcar, por você gostar de pontualidade e eu ser tão atrasada em tudo. Tão ruim em tudo. Eu percebo o quanto não estou te fazendo bem, e o quanto a gente tenta disfarçar (ou ao menos eu) quando estamos a sós, nos momentos em que eu não quis transar ou adormeci, eu estava a espera dum abraço quente e de palavras doces. Cada uma tem sua perspectiva, eu não te culpo por nada, por mais que penses que eu jogo a culpa do que dá errado em você, no fundo, eu estou jogando em mim, e estou pagando essa culpa durante as noites e com os pensamentos a mil. Eu me sinto culpada por não acertar seus desejos, lembro até daquela história do rapaz que era simples mas que as vezes impressionava e do outro que sempre impressionava mas que as vezes decepcionava. Eu tentei impressionar, desci do ônibus em busca de um disco do Dylan mas decepcionei ao não comprar o toca-discos junto. Me perdoe, eu sei que o que faço é pouco e que ultimamente falta-me o mínimo do sentimento ao olhar pra você. Eu funciono de forma reciproca, se não estou sentindo tanto de você, será difícil você sentir tanto de mim, é infeliz, eu sei, também sou. Também somos. Não só as palavras infelizes mas a rotina infeliz e os pensamentos infelizes e o conto de fadas desmantelou-se todo. Eu desejei ser o pequeno príncipe daquela rosa, que no mundo era única, mas que existiam tais outras iguais, mas e daí se pra ele apenas ela haveria de ser? Pois é. Eu queria te regar, rosa. Eu queria ser boa o suficiente e não me sentir pressionada por isso, simplesmente, ser. Mas eu me sinto obrigada a acertar e todas as vezes que você não gosta de algo e me diz que não gostou, aparecem mil outras razões pra não ter gostado de mil outras atitudes e de repente eu estou com a cabeça girando e pedindo pra esses erros terem fim. As vezes não é você, não sou eu, as vezes não são erros, pode ser falta de enxergar além do que se toca, do que se vê. Tantas vezes eu desejei que você apenas percebesse que eu estava ali a te olhar, que eu havia pego ônibus com o dinheiro que eu nem sequer tenho pra estar sentada na sua cama com você do lado por algumas horas. E tantas outras eu desejei que você enxergasse que eu te esperava passar pela catraca, e buscava segurar o que estivesse na sua mão pra você não se atrapalhar e cair, outras que você percebesse que eu peguei as folhas em branco pra você não precisar preencher tudo aquilo, tantas outras, tantos momentos, te deixei tomar conta do meu computador e olha que isso eu nunca deixei ninguém fazer. O problema é que eu não me reconheço mais, eu dependo de você, e essa necessidade não está me fazendo bem. Eu não gosto que mandem em mim, que desconfiem das pessoas que eu converso, que falem mal de pessoas que eu gosto, que me pressionem a fazer algo, pois assim eu não consigo, talvez eu tocasse violão na sua frente se fosse diferente, talvez... Só talvez...
É pequena, eu não quero te perder, porque eu sei que se a gente terminar eu vou sentir saudades desse tempo que a gente passou juntas, que eu vou pensar em você todos os dias, e espero, não, não espero, tenho certeza que será o mesmo vindo de você. Mas eu quero sentir saudades, e quero viver a minha vida sem precisar compartilhar por inteira de você, e digo o mesmo da sua, porque nós perdemos a identidade própria e passamos a refletir pela outra, nem eu e nem você temos livre arbítrio. Deixe seu pássaro solto pelo mundo, e se ele voltar, é porque lhe pertence. Eu pertenço a você, não importa em que parte do mundo eu esteja.

Tudo que eu te peço é ar, para nós.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

04 01 12


Ela disse que queria partir, eu pedi que ficasse, ela disse que não. Eu sabia que ela não estava afim, mas pensei em tantas vezes na qual eu não estava afim e fiquei, pensei que foram boas vezes e me perguntei "Por que é que ela não pode ficar?", o problema é que pensei alto demais e ela ouviu meus pensamentos que soaram como a culpa acima dela, e então lembro de ter ouvido a seguinte frase "Eu não sou você, você fez porque quis, não te obriguei a nada" - Tudo bem! Ela estava certa, mas por que não filtrar as palavras e dizer que o cansaço era maior do que o amor no dia em questão? - O maior empecilho foi estar de frente para minha mãe enquanto ouvia as palavras que me magoavam, eu gostaria de tê-la em casa, passar um tempo sentada no sofá respirando fundo e depois almoçar ou jantar, tanto faz, eu a levaria para casa depois e como seus pais iriam viajar no dia seguinte, eu dormiria lá, como sempre. Mas ela não pensou nisso, disse que desejava estar sozinha e fechou a cara durante todo o tempo, eu lembro bem da tentativa vã da minha mãe tentar conversar com a gente sobre o tempo, a porta, a loja, a roupa, enfim. A imagem ficou feia, não só pra mim, muito mais pra ela porque agora minha mãe pensa que eu sou pau mandado demais. Foi desrespeito não evitar a briga por estar na frente de alguém que nos aceitava, nessa parte eu não mudo a opinião: Não gostei. Eu a amo demais, ela disse que partiria novamente e eu segurei suas mãos e pedi pra ficar, pra parar com aquilo, ela disse que iria embora, não parou, partiu, eu puxei seus braços, a cena ficou feia, eu fui atrás de novo, a gente se prendeu perto das escadas, a discussão pesou um pouco, ela disse que se eu a segurasse mais uma vez iria me dar um soco, eu disse para ela ir embora, ela disse que estávamos fazendo um papelão, minha mãe estava nos esperando próximo ao outro conjunto de escadas, eu disse isso, ela disse que eu não iria embora, continuamos na discussão e eu esperava que ela cedesse o quanto eu cedi correndo atrás dela até as escadas, em vão - Se subir, não precisa voltar - Ela subiu sem olhar pra trás, não lutou, não se mexeu e eu fiquei ali estátil esperando ela se arrepender dos passos que dera até ali. Voltei para o outro conjunto de escadas e não encontrei minha mãe, subi correndo as escadas por onde meu amor saiu momentos atrás, corri até a esquina e não a vi no ponto de ônibus, e tudo bem, não era o ponto correto mesmo. Minha mãe me ligou, disse que estava próxima as casas bahia, eu corri pelo lado de fora do shopping e avistei minha menina atravessando a rua em direção ao ponto, voltei a procurar minha mãe e ela não estava lá, era outra casas bahia, tudo bem, desci as escadas de novo e a encontrei, corri mais um pouco na tentativa de voltar, cheguei no farol e ele havia acabado de abrir, o ônibus da pequena passou, ela foi a última pessoa a subir nele, e demorou um pouco até. Mas o farol não abriu a tempo. E agora estou aqui pensando...

Por que não somos iguais?