segunda-feira, 11 de julho de 2011

Cultura (do latim colere, que significa cultivar)

Se vestir de acordo com o ambiente é uma boa, não posso aparecer num baile funk usando uma jaqueta de couro, lotada de spyke e com o logo de alguma banda punk. Isso eu entendo. Só não entendo o por quê de ter que me vestir bem num lugar onde todos vão pra fumar um cachimbinho da paz... Eu não tô discriminando, é cultura. Pois todos temos cultura. Não importa qual for. Um nego da favela, que porta um 38 na cintura e usa nike shox, tem cultura. Uma menina que nasceu cega e sabe tocar piano desde os três anos, tem cultura. Um mendigo, tem cultura. Eu tenho cultura. Você. Nós.
Ainda há muito sobre o que conhecer, não é porque só me viu em três ou quatro ambientes diferentes que eu sou do jeito que tu tem em mente. Eu gosto de luxo, obviamente, mas quem não gosta? Mas ele não me faz. Eu julgo o próximo, pois o próximo também me julga. É o mal humano. Me tranque dentro de uma exposição de ambientes e me veja enlouquecer a cada milimetro que a visão alcançar, eu não vou querer ir embora, por pior que o ambiente seja, eu vou analisar. É da mesma forma com a música. Não julgarei o som, digo, não enquanto for independente. É porque quando entra numa gravadora de grande porte, não muda muito eu ouvir ou não se terão dez mil garotas dando o cu pra conseguir chegar perto do tal artista que cresceu. Aí sim, a qualidade não será o tal problema, e eu vou julgar. Eu julgo você. Julgo por você não gostar de julgamentos e mesmo assim, julgar. É sem querer, você não percebe. O que é cultura pra você? Ouvir música antiga? Tocar algum instrumento musical? Ir em bons lugares? Assistir uma peça de teatro? Um show de rocknroll? Ou a sua realidade perante ao próximo? Se a resposta for a última questão, parabéns. A sua realidade é o que você cultivou com o passar dos anos, é o que formou sua personalidade, é o seu jeito de ver a vida, de viver. E é assim com um garoto de cinco anos de idade que vive na favela e ouve funk, que acha lindo portar metralhadoras e que se diz protetor da comunidade. É cultura. Por fim, cultivo meus aprendizados e tenho muito a ensinar, mesmo que fragmentado! Pois é assim que sou.

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