quarta-feira, 30 de novembro de 2011

November

O cansaço nunca pesou tanto nas pernas quanto nos olhos, mas hoje as pernas e os pés doem e alfinetam o que ainda me resta de carne, o bom é que a força de vontade me fez crer que eu sou capaz, a partir de amanhã serei eu por eu mesma, mas eu por eu mesma significa respirar em pró do meu amor. Ah... se vocês soubessem o quanto eu sinto falta do respirar, da indagação e mesmo dos momentos difíceis. Eu sinto saudades da minha pequena e dói tanto que ao chegar em casa penso em chorar - sei bem, querido leitor, que deve estar pensando "que exagero".
O lado bom é que darei valor maior aos momentos possíveis, pois é difícil vender meu tempo livre sem sentir saudades do que nele eu podia fazer. Eu podia sair sem me preocupar e dormir dias seguidos com o meu amor, a minha ruivinha, pequena, fogosa, irritante e namorada. Eu a amo. Eu a amo com todas as forças. Eu sinto saudades do abraço quente que só ela é capaz de dar, e desde o começo é assim, desde o início o abraço dela me esquentou quando senti frio, eu poderia estar nua e tremula, se ela tocasse em meu corpo o frio iria embora. Como diria algum cientista maluco por aí, o frio é a ausência do calor, ela é o calor da minha vida e também a luz, pois sem ela tudo é escuro.
O que mais me faz falta? O cheiro único. O cheiro de meu.
Meu.
Só meu.
Meu amor. Minha pequena.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

07h35

Escrever.
Dominar a escrita.
Desfazer-se do que aflige adentro.
Dominar as sensações, distribuir movimentos.
Tanto faz, tanto fez.
Eu perco a vontade de dizer, se não puder ser como assim é
e a verdade some aos poucos, entre palavras ensaiadas para agradar a tal mulher.
Mas tudo está bem.
Está tudo bem.
Eu sorrio, eu dou meia volta e volto pros cinco minutos do relógio passado.
Eu domino a arte de sorrir ao desentender o assunto dramático, forço simpatia, agrado.
E elas acreditam.
Talvez não.
Desconheço um pouco mais.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Antes de dormir...

A fissura por escrever comparece logo após o sono e o corpo aconchegar-se a cama. Os dedos doem por ânsia de transformação pois a inspiração já existe... Eu me pergunto onde é que o dinheiro passou a ser campeão da felicidade invés do sol, tão grande que é o tal que perdeu seu reinado, é triste, é feio, eu já não encontro o brilho nos olhares conhecidos... É sempre a mesma vida, sem mudanças significativas, apenas a decadência do crescimento físico e mental, estressantemente mental (lê-se: o que é bom perde o valor), talvez seja aqui o encontro, a linha direta onde dinheiro e natureza se enfrentam. 
Particularmente, sou fã dos que se deixam reger pelo sol e pelo frescor verde da natureza, pois são ídolos a moda antiga, guerreiros por saberem viver fora do sistema que todos reclamam mas se sujeitam cada dia mais a vivenciar.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Stay, be the 01

O amor... Ah, o amor...
Aquele que você vê na televisão, que é lindo, perfeito, intrigante e conquistador...
Ah, ele é tão lindo, não? Mas ele não existe, não dessa forma.

O amor não é estar em um filme, é além disso...
Ele dói com uma simples brincadeira mal entendida e um sorriso amarelado. Ele dói no peito quando o outro não compartilha contigo, mesmo que seja 0,1% não compartilhado e todos os outros 99,9% daquele dia tenham pertencido a você... Ah, você vai se sentir largado, julgado, irritado e mal amado. Mas tudo bem, é que o amor é assim mesmo, te faz exigir do próximo o que você nem mesmo é capaz de dar, só porque gosta de receber aquele carinho com os lábios do outro roçando na sua nuca, porque gosta das mãos percorrendo sua cintura e das pernas entrelaçadas, tá tudo bem, é normal, viu leitor? O amor te faz ser mesquinho, irritante, briguento e só enxergar o seu lado do relacionamento, te faz esquecer os focos do próximo e sem nem mesmo perguntar a ele, fazer planos futuros, passados, presentes, e vai saber lá mais o que.
O amor nem sempre dói, existem dias bons onde as piadas são bem entendidas e os sorrisos magnetizam a química do casal, onde nem uma brincadeira será levada a mal e onde os tragos e cigarros serão, acima de tudo, apenas parte do cenário. É assim, é isso, é aquilo. É tudo, é nada. É o amor. Azul e amarelo, por que não vermelho também? Tento não pensar no amor vermelho pois me lembra sangue, apesar de que azul me lembra água, que me lembra lágrimas e remetem-se a brigas.
Esse é o problema, o amor te faz pensar só no que aconteceu de ruim, pois é mais fácil lembrar do quanto fez chorar do que do quanto fez sorrir ou desejar, eu me lembro bem...
Eu vou pensar em algo bom, eu vou lembrar de nós na sua cama, eu vou voltar no tempo e te beijar no terminal urbano sem me preocupar com o futuro pois sei que já é meu, viu? Voltei pro passado e já tô falando diretamente com a inspiração, esqueci do querido leitor, me desculpe leitor, não consigo controlar as palavras e o desabafo. Essas palavras todas estão saindo sem querer, e eu só queria a certeza de que amanhã nada será mal compreendido, e o foco se tornará um só.
Pena que eu tô fazendo planos sem avisar, porque a pequena inspiração desse texto talvez não goste de saber o quanto ando decidindo ultimamente, não é culpa dela, é culpa do amor e da capacidade que ele tem de fazer os casais discordarem em tudo, pra tudo, e com tudo.

A química renasce do beijo,
Mas eu sou capaz de estragá-lo em um piscar
Me perdoe a incapacidade.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Ser


É engraçado...
Engraçado a forma como ela age, se mexe e remexe com as piquirícias dela, sorri aberto e de lado quando se entende por grande comentarista, caminha meio no ar e nem percebe, segura nos bolsos e levanta o queixo como se ele fosse dono de todo aquele corpo, aquele corpo tão lindo, tão meu, que ela nem sabe mas que eu planejo tê-lo sempre, engraçado quando ela coloca a touca que eu não gosto nenhum pouquinho mas que faz dela tão ela, e empurra a touca pra baixo da cabeça e puxa pra trás como uma criança faz com uma tiara, é automático, ela sempre sorri após arrumar a touca, vai entender?! Eu prefiro com o cabelo liso, aquele cabelo que seca sozinho tantas vezes e que sempre faz dela um pouco mais bonita do que já é, mas que ela teima em esconder com a touca, me pergunto qual é o mistério...
Mistério? O ser humano que o cria e fortalece em pensamentos, pois bem, estou a cria-lo... É que é um mistério ser tão engraçado se apaixonar, ela não tem nada a ver comigo e os princípios são impossíveis de se encontrar, mas tudo bem, não é? Porque ela me mostrou que a gente é compatível quando triscou os lábios sobre os meus e me fez sorrir um pouquinho, bem pouquinho, após uma das tais discussões derivadas das diferenças.
Eu gosto dos lábios, dos sorrisos, dos dentes um pouco tortos que combinam perfeitamente com o biquinho natural no meio daquela boca que me pertence...

Eu gosto também do que não compartilharia jamais com vocês, gosto da visão que eu tenho quando a vejo se trocar e sem querer penso que... meu deus... deixa eu não pensar, pelo bem de vocês.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Lembranças

Ô vontadezinha de escrever...
de dizer nos versos o meu inverso
e te fazer sonhar e realinhar as palavras

Ô vontadezinha que não se vai...
hoje a chuva entrou pela janela
e eu não tive coragem de ignorá-la
banhei-me de leve ao som da poluição

Ô vontade, ô vontade de dizer
que eu prefiro viver tudo ou nada
e é por isso que nada vivo hoje
pois ontem vivi tudo e hoje descanço
meu nada é um choro manso
que teimo em dizer que faz mal
mas faz mal porque teimo em dizer que faz
e que não luto para que faça bem
e faz bem, quando eu penso que bem faz
vai entender?

Ô vontade de desabafar,
eu odeio dividir e ter de fracionar
prefiro viver tudo e intensamente
do que passar um terço pro colega ingrato
que não lava nem um prato
e teima em dizer que dividir é exato

Ô meu deus, eu não divido nada não
se você quer viver intensamente, viva tudo
e não me dê o gostinho por mais
porque mais eu vou querer
e vou querer por inteiro
e vou lutar por inteiro
e você vai perder

É isso aí...
não tô falando de comida não
essa eu divido com o maior prazer
tô falando de viver, meu irmão
faça algo útil
ou simplesmente se deixe morrer
do coração.

sábado, 5 de novembro de 2011

Maybe it's true

I can't live without (me).

Estava eu pensando e repensando, cheguei na conclusão de que se eu me namorasse sozinha seria a namorada perfeita pois eu quando não posso estar por perto, não a impeço de ir. E mesmo desejando que ela não fosse e resolvesse passar a noite comigo, eu não reclamo pois sei que não devo impedi-la de viver. E não a impeço de sair com os amigos e curtir suas noites, de fazer o que bem entender e ter a opinião que bem estiver presente em seu consciente ou subconsciente, mas mesmo com tanta bagagem de atitudes boas, eu sou considerada o lado errado da estória, o x da questão mal entendida ou simplesmente o dejeto de animal que teima em cair na grama errada.
Pensei tanto, e procurei tanto... Que cheguei na conclusão de que me deixo sentir culpada pelos outros pois eu que sempre tive o poder de influenciar ao próximo, me deixei cativar e ser influenciada pela mágoa alheia, esquecendo da mágoa própria e do amor próprio, deixando-me aos cacos e barrancos do precipício do que até então era desconhecido.
"Está tudo bem..." eu entendo que existem dois lados em uma moeda, e na estória não seria diferente, ambos sentem o amor de forma diferente e o que é importante para um pode não importar ao outro. Eu não me importo de aprender o que é que te importa, eu me importo em ser compreendida nesse aprendizado, não é tudo que a gente aprende 100% mas eu gostaria de tentar, eu tento, aliás, mas nem todos os chutes errados que sou capaz de dar se aproximam da grade do gol, eu sou um craque em extinção, tenho toda a bagagem necessária pra chegar aos céus mas consigo esquecer a fórmula e a concentração pra acertar o gol.
Eu sei que a amo, sei que a amo todos os segundos do meu dia (exceto os segundos que teimo em dizer a mim mesma que a odeio e que seria mais feliz se eu me desse a chance de esquecer, mas esses segundos são derivados da angústia de vê-la em minha frente a ignorar o meu amor e a prestar atenção em todos os acontecimentos menos o que acontece por de trás do meu olhar).
Esses dias eu disse pra uma amiga dela que eu também pensava que era jovem demais pra namorar... Eu não sinto saudades de ser solteira, na verdade, sinto saudades da liberdade que existia em comandar a minha imagem e o que era dito diretamente a mim, mas eu não sinto saudades de pensar todas as noites no quanto eu estava sozinha e nem de beijar tantos lábios quanto fosse capaz, pois nenhum dos lábios me completava. Fui mal entendida.
Outras várias vezes me magoei com pouco, desejando um momento "a sós" a ouvi pegar o telefone e convidar alguém pra sair com a gente, mas calei a boca quando o alguém não pôde ir. Ontem aconteceu o mesmo, eu queria um tempo só nosso e sem mais ninguém, mas fui trocada pela pipoca lambuzada de manteiga e comentários aleatórios com a pessoa do lado, ouvi que sou sem coração e faço tudo errado. Na verdade, não, ouvi que eu só cago no pau.
"Isso não é amor, é uma perseguição" já dizia o 2ois, estou evitando a fadiga e a possessividade, de agora pra frente eu só desejo aproveitar os segundos por perto sem esperar atitudes boas de mais ninguém, pois no final será sempre eu que cagará no pau, já me encontrei com o eu interno, quero saber no que vai dar.