segunda-feira, 12 de abril de 2010

Primeira Má Impressão



Lembro onde começou essa nova fase da minha vida. Uma sexta-feira em que eu aceitei conhecer os amigos novos da minha colega nova de colégio. Seria um ano novo e cheio de mudanças, só não sabia o quanto eu poderia perder tudo que me fazia tão bem. Durante a tarde esses garotos tão "estilosos" me disseram para onde iríamos, um tal de Vitrine, cortaram meu cabelo, deixaram com um corte maravilhoso, foi onde uma parte de mim morreu. A noite fomos para o metrô e assim, em pouco tempo, estávamos no centro de São Paulo, na Avenida Paulista, na rua Augusta, descendo-a e vendo pessoas totalmente diferentes do que estava acostumada, era um novo mundo. Minhas novas amigas nunca haviam tragado um cigarro e eu já tivera experimentado alguns antes mas não era tão fã disso. Compramos um Black de menta após uma delas insistir muito e lá fomos nós. Mal sabiamos tragar, o que estávamos fazendo? Descendo uma rua perigosa para garotas novas de 13 ou 14 anos, recém-chegadas no ensino médio. Quem diria que quase três anos se passaram? Talvez ninguém. Continuo descendo aquelas ruas e encontrando pessoas novas e chatas, metidas, arrogantes. Lembro do meu primeiro pensamento ao chegar ali "Quanta gente bonita e estilosa..." e do segundo "São todos tão metidos e vulgares..." Mal sabia eu que ao menos não era época de viados querendo aparecer. Sem querer acabei frequentando ali, conhecendo algumas pessoas de lá, outras de cá, umas má educadas, outras nem tanto. Mas desbanquei na merda, se é que se pode falar assim, quando passei a divulgar uma matinê ali da avenida, eu não criei novos amigos, eu não me encaixei e me juntei ao que já existia, eu me juntei aos que eram novos ali também mas aos poucos todos foram sumindo: Billy, Ton, Sprite, Kiwi e na moral, gente que hoje eu nem lembro mais o nome. Ganhei amigos quando entrei pra gerência da matinê, aí sim, me apareceram cem mil alternativos puxando o meu saco, se passando por meus amigos, me pedindo vip, tentando se importar comigo, mas eu sou assim, eu não quis ficar naquele mundo de falsidade. São tão poucas pessoas ali que valem a pena confiar. Cheguei nessa conclusão quando me acusaram de vender drogas na boate. Calma lá, eu nem usar drogas uso, quanto mais vender dentro do meu serviço, qual é? E a moral desse rolê, é que não importa o quanto você possa se apaixonar por alguém dali, você sempre vai ser machucado se não machucar alguém. Não importa quanto goró você beba com seus amigos ali, quando você cair nenhum vai te ajudar. Se você não confiar desconfiando vai acabar levando uma facada. Cansei. Precisava dizer que daria tudo pra nunca ter chego perto daquela rua numa sexta a noite. Rolê de verdade é Hangar110. Barzinho com amigos de verdade. Tocar violão na praça. Andar quilômetros com um amigo só pra chegar num lugar legal. Não importa. O fim de tarde sempre vai ter mais valor pra ti quando você sentar na grama e ver o sol se pôr.

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