terça-feira, 20 de setembro de 2011

Foi em meados de 2009...

Do lado de fora um goró qualquer na garrafa de coca-cola ou soda, nem me lembro. Todos sentados na calçada e repassando a garrafa, o álcool subindo a cabeça e a menina do orkut apareceu, meio tímida sentou do meu lado junto a um amigo, também não me lembro mais. Ela estava de regata branca, algo na cabeça, cabelo chanel e franjinha, parecia inofensível. Anoiteceu, resolvi entrar na boate, normalmente os staffs lotavam lá dentro, só pras pessoas entrarem e pensarem "uau, aqui tá lotado", enfim. Ela sentou do meu lado, disfarcei um pouco, ela disse duas ou três palavras e depois: Vou buscar a câmera pra gente tirar fotos! - Eu não entendi, mas assim foi, logo ela apareceu com uma câmera e tirou algumas fotos nossas que eu até hoje não vi, e que nem devem mais existir. O dia não parou por ali, me dei conta alguns segundos depois: Você não trai mesmo sua namorada? - Não - Que pena... - E acabou o assunto, não sei se me levantei, se corei ou se mudei de assunto, só sei que não rolou. Eu não lembro a ordem dos dias, nem dos fatos pra ser sincera. Mas lembro dela me perguntar se minha namorada estava brava, e se eu estava brava com ela por ela ter dito no orkut que queria ficar comigo e tudo mais sem nem mesmo me conhecer, ela só adicionou e disse que estava afim, nunca achei ela bonita, mas algo me prendeu desde então. Foi a cachorragem mesmo, eu sempre adorei menina independente e eu estava precisando disso, talvez. Eu sei que eu bebi demais, que minha namorada desconfiou tanto que eu havia a traído, que eu fui lá e fiz, e beijei tanto... Mas não a garota do orkut, e sim, o resto dos staffs, estávamos brincando com uma plaquinha escrito "Pega eu", e ela mostrou pra mim, eu estava acompanhada de um garoto e ela de outro, lembro bem quem era ele, perguntei se ele ficaria bravo e ele disse que não, pois bem, eu não conseguia soltar dela, era o beijo que mais prendia dentro daquela boate, e assim foi por bons meses. Eu nunca gostei dela, só do beijo e da amizade que cresceu depois disso.
Muito aconteceu, muito otária eu fui em dar certos corres com alguém que só se importava em ter todos aos seus pés, sei que fui mais uma, ela também foi. Descobri isso quando me encontrei apaixonada pela ex dela, antes nos odiávamos. E quem ler esse post vai lembrar e saber de quem eu tô falando, acabou sem querer, um dia a gente simplesmente não se viu, não se despediu, não marcou rolê. E eu deixei de sentir, aposto que ela também. No fundo, eu fico feliz por saber que hoje ela namora quem tanto deveria desde antes de me conhecer tentando roubar a namorada dela, e de tentar me namorar também... Eu sei que eu nunca aceitei, eu sei o quanto eu quis aceitar na época. E me desculpem todos que disseram nossos nomes e "vocês são eternas", bem fomos, mas de repente o amor e o carinho sumiu, sem a necessidade de brigas ou discussões, aconteceu.
Eu tô lembrando desses momentos por medo de entrar naquela boate denovo e encontrar rostos conhecidos, só "deus" sabe o quanto aquela pessoa que eu conheci no dia primeiro de agosto me ajudou quando o meu medo apareceu, e o quanto um soco inglês me fez sentir mais confiante, mesmo sem usa-lo. É, eu sei que tudo passou mas não dá pra ignorar que eu já fui parar em outras cidades com pessoas totalmente aleatórias, e dormi em calçadas, me alimentei de pipóca murcha pós rolê as nove horas da manhã e ainda tive de empurrar dois caras famintos por um beijo e pedir ajuda pra outra garota, que hoje, nem deve lembrar que eu existo. Foi o melhor passado que eu poderia ter, tenho dito. Mas eu não quero relembrar além de palavras, eu não quero rever certos rostos, não por medo de sentir algo além do comum, mas por preservação, eu não quero lembrar de quem já foi especial de outra forma, quero que o passado continue intacto e que tudo permaneça onde está, que sejam lembranças eternas e sem pós-caracterização.

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