quarta-feira, 7 de setembro de 2011

É lá

O chuveiro me acompanha demais... É lá que eu descarrego todas as decepções. ­ ­ Preciso me afastar e respirar, olhar o meu mundo do lado de fora, só pra entender do jeito que as pessoas ao meu redor entendem. Eu me desanimo com pouco, tenho em mente que transformo a normalidade em depressão. Eu sei que espero algo além do que deveria esperar, eu sei. Mas eu preciso de ajuda e eu peço tal ajuda, mas ninguém vê, ninguém considera a necessidade de ajuda. Me encontro no meio da tinta preta e sem chances de clarear. Eu encontrei a pouco tempo uma gota de tinta branca, ela se espalhou e transformou uma parte do preto em cinza claro, uma parte considerável. Mas com o passar dos dias, a tinta branca parece desistir de lutar contra a escura e toda a claridade que eu enxerguei está a se tornar utópica. Sinto-me rejeitado pela luz. Encontro no espelho a imagem do meu eu desconhecido, ele se encara e abre os lábios lentamente, as mãos escorregam através do rosto com certa força e as lágrimas caem, os lábios sussuram por ajuda de forma baixa e nada calma, pedem pras forças maiores ajudarem, já que os remédios regredem a saúde física e mental. ­ Todos sofrem e possuem problemas, uns tal quais piores do que os outros. Alguns possuem a capacidade de argumentação, outros adquirem a experiência e por final, a audição e tornam-se inalienáveis. São raros os seres inalienáveis, pois aos que peço o dom da audição percebo o tom da voz e a degradação de si próprios, a falta de compaixão; nós não ajudamos ao próximo, consideramos o problema alheio curto demais perante aos nossos, esquecemos que o que transparece é apenas um terço da situação real e que a verdadeira história começa desde a infância, desde os traumas adquiridos. Muitos aguentam e superam. Eu peço ajuda.

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