quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

01

Ela disse que eu tirei a paz que nela habitava, que eu não era capaz de fazê-la sorrir nem enquanto eu tentava. Ela disse palavras feias, me mandou pro inferno e disse que não queria mais me ver... Disse também que sou incapaz de amar, que sou frio como o gelo, mas se esqueceu que gelo gruda na ponta da língua antes de derreter. Ela me fez sentir incapaz, um trapo, um lençol rasgado e um vazio. Já não bastasse o vazio que habitava em mim toda vez que não a via, ela foi capaz de dizer que ele não deixou de existir nem ao menos perto dela. É por isso que eu escrevo, meu bom amigo. Pra perguntar o que é que eu posso fazer além de escrever, será que existe algo a se fazer? Eu sorri e disse "Por favor, querida. Pare com isso.", eu fechei os olhos e ouvi o que eu nunca esperava ouvir, eu poderia lhe contar mas isso é um desabafo e não espero que sintas dó de mim, sendo assim, pularei para a próxima parte. Se ela soubesse que eu estava disposto a fazer o leite de todas as manhãs, talvez ela percebesse que o mínimo que eu peço é liberdade no meu cômodo.

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