quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

04 01 12


Ela disse que queria partir, eu pedi que ficasse, ela disse que não. Eu sabia que ela não estava afim, mas pensei em tantas vezes na qual eu não estava afim e fiquei, pensei que foram boas vezes e me perguntei "Por que é que ela não pode ficar?", o problema é que pensei alto demais e ela ouviu meus pensamentos que soaram como a culpa acima dela, e então lembro de ter ouvido a seguinte frase "Eu não sou você, você fez porque quis, não te obriguei a nada" - Tudo bem! Ela estava certa, mas por que não filtrar as palavras e dizer que o cansaço era maior do que o amor no dia em questão? - O maior empecilho foi estar de frente para minha mãe enquanto ouvia as palavras que me magoavam, eu gostaria de tê-la em casa, passar um tempo sentada no sofá respirando fundo e depois almoçar ou jantar, tanto faz, eu a levaria para casa depois e como seus pais iriam viajar no dia seguinte, eu dormiria lá, como sempre. Mas ela não pensou nisso, disse que desejava estar sozinha e fechou a cara durante todo o tempo, eu lembro bem da tentativa vã da minha mãe tentar conversar com a gente sobre o tempo, a porta, a loja, a roupa, enfim. A imagem ficou feia, não só pra mim, muito mais pra ela porque agora minha mãe pensa que eu sou pau mandado demais. Foi desrespeito não evitar a briga por estar na frente de alguém que nos aceitava, nessa parte eu não mudo a opinião: Não gostei. Eu a amo demais, ela disse que partiria novamente e eu segurei suas mãos e pedi pra ficar, pra parar com aquilo, ela disse que iria embora, não parou, partiu, eu puxei seus braços, a cena ficou feia, eu fui atrás de novo, a gente se prendeu perto das escadas, a discussão pesou um pouco, ela disse que se eu a segurasse mais uma vez iria me dar um soco, eu disse para ela ir embora, ela disse que estávamos fazendo um papelão, minha mãe estava nos esperando próximo ao outro conjunto de escadas, eu disse isso, ela disse que eu não iria embora, continuamos na discussão e eu esperava que ela cedesse o quanto eu cedi correndo atrás dela até as escadas, em vão - Se subir, não precisa voltar - Ela subiu sem olhar pra trás, não lutou, não se mexeu e eu fiquei ali estátil esperando ela se arrepender dos passos que dera até ali. Voltei para o outro conjunto de escadas e não encontrei minha mãe, subi correndo as escadas por onde meu amor saiu momentos atrás, corri até a esquina e não a vi no ponto de ônibus, e tudo bem, não era o ponto correto mesmo. Minha mãe me ligou, disse que estava próxima as casas bahia, eu corri pelo lado de fora do shopping e avistei minha menina atravessando a rua em direção ao ponto, voltei a procurar minha mãe e ela não estava lá, era outra casas bahia, tudo bem, desci as escadas de novo e a encontrei, corri mais um pouco na tentativa de voltar, cheguei no farol e ele havia acabado de abrir, o ônibus da pequena passou, ela foi a última pessoa a subir nele, e demorou um pouco até. Mas o farol não abriu a tempo. E agora estou aqui pensando...

Por que não somos iguais?

Nenhum comentário:

Postar um comentário