quarta-feira, 18 de maio de 2011

Get Over It


"As pessoas chamam pessoas seguras de si de arrogantes por se sentirem inferiores"

Nós não sabemos a verdade sobre o próximo, nem mesmo sobre os que convivemos dia após dia, ou dividimos o dormitório. Há muito dentro de mim no qual eu gostaria que as pessoas descobrissem. Gostaria que me vissem de outra forma além de uma jovem quase adulta, com atitudes e falas de uma garota de doze ou treze anos, pois eu não sou assim. Escolhi ser assim. Ah, eu queria tanto aprender a dar um abraço a todos os momentos em que desejo dar, mas não, consigo apenas sorrir e perguntar "Tudo bem?" ou "O que foi?!" quando me olham de perto. É meu escudo quebrar o clima, torna-lo gelado e fingir que a culpa não foi minha.
Não é fácil crescer quando se quer regredir e ser criança novamente. Não sou aberta o suficiente pra exigir que sejam comigo e o que dói é ter certeza disso, e ter de comentar com pessoas aleatórias nas quais converso uma ou duas vezes por mês, só pra não descontar nas pessoas do meu dia-a-dia, nas quais, tornei-as frias também. As pessoas se assustam e julgam ao invés de conhecer: Por favor, não se afaste com o diferente ou arrogante, sinto o coração bater e o ar nos pulmões como todos os seres que caminham pela terra.
Eu sei admirar um pôr-do-sol, eu só não sei como mantê-lo quente em mim. Eu sei apreciar o sorriso de quem está ao meu lado, só não sei como fazer esse quem perceber. Eu sei chorar baixinho e gritar em silêncio trancada no banheiro de casa, e todos vocês sabem fazer isso também, pois somos seres humanos.
O passado já me condenou tanto que, em uma hora como essa, percebo que foi só pra esquecer a dor e superar. Eu sou quem eu imaginei ser há uns anos atrás e não posso voltar atrás. De que me adiantava sentir se não havia com quem compartilhar? Os amigos verdadeiros eu descobri com o tempo, quando me separei, e os amores eu descobri que sempre se vão, mas podem voltar. E a beleza eu descobri que existia em mim, ela me sustenta, o meu ego infla todas as vezes em que paro na frente do espelho, e eu não me julgo por me amar desse jeito, não faço mal a ninguém, apenas admiro a parte do meu ser que é real. Então, eu percebo milhares de pequenas atitudes que me levaram a criar preguiça mental nos dias da semana e desistir de estudar para a profissão que eu tanto queria, percebo que sexualidade nunca foi um problema, nem uma fórmula de escape: Eu existi a partir disso.
Eu não vou julgar o próximo, eu vou admirar cada sorriso no qual eu ver, eu vou sorrir pra um estranho na rua sem esperar que ele sorria de volta, e é assim que eu vivo já faz uns quatro anos...
E dói ser chamada de criança, quando tudo o que eu quero é superar a infância que não existiu.

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