quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Rodrigo Vinicius

Eu lembro da primeira vez que eu o vi. Um menino aparentemente nerd e que sentava na segunda ou terceira carteira da fileira da porta e que andava com uma gordinha esquisita, ele também era esquisito, é verdade. Eu não dei muita moral no início das aulas, mas uma das meninas lá do fundo era tarada e começou com as brincadeiras bobas junto à amiga dele, acabei simpatizando e as vezes chamava eles pra sentarem no fundo com a gente, não tinha nada a perder, né? Também não esperava nada, não precisava de novos amigos ou algo parecido. Eu não sei em que parte do ano foi que eu passei a fazer parte de um trio, que antes era dupla, a dupla dele e da garota gordinha esquisita, mas fiz. E desde então, eram eles e eu, e depois nós e mais uma menina, mas eu não vim pra falar delas e sim dele. É que muita coisa aconteceu e mudou na minha vida, eu passei a entender o quanto eu não estava preparada e com pensamentos estruturados, minha vida era eu e meus rolês bobos, andar segurando um leque e me achar rocknroll, vai entender, né?! Vou confessar que essa amizade me fez tanto bem quanto mal, chegou um momento que eu me percebi totalmente dependente de estar com ele em todos os momentos e ficou ridículo o jeito que nós éramos tão parecidos e esnobes diante dos outros. Passávamos tardes aqui em casa assistindo filmes e video clipes, fazíamos vídeos tocando e cantando, dublando e tudo o que os amigos costumam fazer. E eu nunca percebi o quanto ele era especial por estar todas as manhãs na escola, me ajudando em lições, guardando o papel higiênico e comentando sobre os outros no intervalo.
Esse ano eu me encontrei sentindo um pouco de ciúmes, sendo sincera, fizemos novas amizades e de repente o meu melhor amigo estava sentado em outra parte da sala e fazendo a lição com outras garotas que não eram eu. Eu me isolei algumas vezes, evitei pensar nisso mas aí de repente, ele não compartilhou a porra de um pirulito comigo e eu me encontrei pensando: Caralho, é isso mesmo, Evaristo?!.
Tanto faz. Uma verdade eu tenho em mim, julguei demais e distanciei demais também. Pensei que não tinha amigos enquanto ele ainda estava ali por mim. Pensei em mudar, e mudei pra pior no quesito amizade. Depois parei, não fiz nada, só voltei pra estaca zero. Ninguém precisa entender esses trechos, mas eu sei que eu o amo demais, e que ele será a maior lembrança dos anos de 2009, 2010 e 2011.

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