terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Natal

Existe um som irritante de fundo no ambiente, aliás, existe a voz da minha mãe. Desde pequena eu sempre pensei sobre o que é família, talvez por não ter uma família unida. Eu lembro dos natais antes de eu me tornar pré-adolescente, eu costumava passar sentada na cama, de frente pra janela e olhando o céu, era triste e solitário porque meu pai saia de casa pra visitar alguns amigos enquanto minha mãe desligava a televisão e dormia logo após as oito horas. E o ano novo não era muito diferente... Eu lembro até que eu costumava criar uma opinião de que datas comemorativas eram baboseira, desculpa pra festejar o que não precisava, mas eu sei que eu estava com inveja de quem podia até mesmo ouvir o parente falar mal do outro. Eu poderia ter vivido mais, mas me impediram. Então eu olhava pela janela, e via os fogos de artifício em formato de estrelas e outros tantos, vindos lá do fundo da paisagem, ô gente feliz... por que é que eu não posso também?
Logo após meus 14 anos eu acabei por correr atrás de aproveitar, mas era muito infeliz, eu passei desde então todos os natais e anos novos na rua, bebendo e muitas vezes indo além do que devia, aproveitando o momento com estranhos e algumas vezes descobrindo um lado das pessoas que durante o ano a gente não vê. Foi bom, não vou dizer que não, mas eu sempre pensei "o que é comemorar em família?". Porra, me sinto mal ao comemorar, as vezes, com os outros em família, pois vejo o quanto eles são unidos e o quanto eu não faço parte disso.
Pois é.
É a vida, né?
E eu que achava desnecessário a decoração de natal...
E eu que descobri esse ano que é porque eu não aprendi a ser feliz.

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