quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Où est-moi?

Eu sou um ser realmente chato de se conviver, e eu nem sei como ela consegue manter um relacionamento sério comigo. Eu nunca quero sair, eu não gosto de som alto apesar de gostar de dançar sozinha pela casa, cantarolar no chuveiro e me sentir uma estrela do rock quando estou sozinha. Eu amo minhas qualidades, mas quando eu estou perto dela eu não consigo enxergar nenhuma que funcione bem. As vezes eu penso demais em tornar a vida dela em algo bem melhor, e acabo deixando nessa inquieta paz e sede de vida. A paz é boa, mas paz demais também enjoa. Então, eu deixo ela viver sozinha o que ela deveria viver à dois, eu digo que confio porque sei que não sou capaz de levantar a bunda da cadeira e curtir a noite com os amigos. Eu confio, e desconfio de mim. Onde foi que eu deixei tudo se perder pro mal estar? Me sinto mal em todos os lugares, me sinto mal em casa ou na rua, me sinto mal por respirar à seco e por abrir os olhos. A rotina da madrugada é sempre a mesma, não sinto segurança nem mesmo na própria cama que me habita o ser há anos, abro os olhos e parece que a alma não está em permanência com o corpo, ela quer fugir, o coração acelera e a ansiedade pelo nada custa a sumir, fecho os olhos e conto até dez, espero adormecer. Todos os dias penso que não vou aguentar o mal estar e acabar por desmaiar ou morrer, as vezes dói tanto a barriga, o estômago, o coração e a cabeça, que até penso que a morte seria uma bela amiga. Deixo de estar presente na minha vida para o mal estar me rondar por todo o tempo, é chato estar perto de mim, faço nada da vida além de reclamar. É, eu só queria ser alguém mais legal e bem vestido que pudesse levar a dona do meu coração pra sair e enfrentar as madrugadas frias pós balada com ela sem ousar abrir a boca pra dizer que estou passando mal, e queria ter estômago pra beber o que quer que fosse possível e ter uma ressaca comum, invés de um belo galo na cabeça. Eu tenho medo de tudo, e de tão pouco. Eu tenho medo da altura e não ouso arriscar um brinquedo alto porque não gosto de enfrentar os céus, até mesmo em um balanço. Eu tenho medo de quebrar um osso e por isso não me arrisco a pular de muros ou reclamar meus direitos. Eu sou realmente um cu, daqueles bem mal cuidados por sinal. Mas eu tenho um amor, e preciso ser alguém melhor por ele - Que o mal estar passe, por favor.

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