sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Agoraphobia - I wanna stay inside

Os olhos da garota ardem devido ao exagero em apertar os olhos depois das lágrimas escorrerem indiscretamente pela face avermelhada. Permanecer sentada não ajudou a dor a passar, pois bem, ela se encontrou minutos depois, e deitada sobre o chão vermelho do banheiro... a respiração estava fechada devido à secreção das narinas e a única forma de se manter viva era o ar que entrava e saia da boca que gritava em silêncio por ajuda. Ela queria se esconder, sumir, morrer. Ela queria permanecer, acima de tudo, dentro de sua casa. A garota é um caso isolado, de outros tantos, que não recebem valor algum.
A pequena menina dos olhos se dilatou sabe-se lá em que época, e ela deixou bem claro: Que vá. A fobia deixou-lhe incapaz de lutar, mas as pessoas teimam em chamá-la de preguiçosa. Os batimentos cardíacos são anormais e a puxação e dores nas pernas, nem se fala. Ela tenta se levantar sozinha, tem em mente que arrumar a cama é o primeiro passo para sua melhora, pois pelo menos está a se mexer - Coitada.
Os dias antes eram aproveitados com grandes caminhadas desnecessárias, a saúde fluía sem a garota perceber... mas isso foi há um bom tempo atrás, ela mudou de escola e perdeu o contato com as pessoas que a faziam sorrir sem precisar de dinheiro ou roupas caras. Essa garota acostumou-se a estar sempre acompanhada após conhecer duas novas pessoas, essas das quais fizeram muito mal sentimentalmente à ela, fizeram por serem incapazes de abraçá-la e dizer o quando a amizade é importante. Ela, que antes era tão excluída mas tão amorosa, desaprendeu a amar. Todos até hoje fazem questão de dizer à ela o quão fria ela consegue ser, mas ninguém tem a paciência de convidá-la a entrar, e desvendar seus motivos, talvez curá-la dessa frieza pré-concedida pelo pensamento de julgamentos alheios.
Essa garota sou eu, eu tão insegura e infeliz, incapaz de abraçar aos conhecidos e de demonstrar interesse aos assuntos alheios. Eu gosto de falar de mim, gosto porque descubro que existo ou existi em algum lugar do passado ou do presente, isso me ajuda, eu gosto de me sentir especial e que me bajulem pois é aí que meu ego aumenta e eu me sinto viva. Não é egoísmo, é insegurança. Insegurança essa a que me causa fobia há anos, mas que hoje se desenvolve cada vez mais rapidamente e faz pensarem que é momentâneo o que luto contra há pelo menos dois anos. Eu lembro bem quando me disseram: Você sempre passa mal, está tudo bem - Hoje não está, eu não era capaz de permanecer sozinha dentro de um metrô ou ônibus sem sentir o estômago embrulhar, mas hoje não sou capaz de colocar os pés em uma calçada e caminhar em paz, eu sinto medo de estar fora e sozinha, eu só desejo permanecer dentro e se eu for obrigada a sair, que seja com uma alma por perto, não me importa que alma for, contanto que eu saiba que chegarei ao hospital o mais rápido possível. A minha fobia, é o medo de passar mal e não ter como chegar à saída. E se querem saber bem, sei quais são os fatos que desencadearam a parte maior do meu psicológico: O show que esperei por anos e a multidão que não me ajudou, só me esmagou, quando perdi os sentidos e o dia em que tive de correr dos ladrões armados.

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