sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Pra quem não sabe Amar

O amor, ah, o amor...
Aquele lindo que todo mundo pensa que sente, mas que na verdade é paixão. Mas não me importa, intitulo paixão como amor até o fim, só pra depois, ter a certeza de que foi amor. E se não foi? E se foi mesmo só a paixão? E daí? No final, se você encontrar o amor, vai dizer que chamou de amor até o último instante e desde o primeiro.
Eu não sei o que é amor, honestamente, não desejo descobrir tão cedo, afinal, quero viver e aprender com ele, e no final da vida, dizer que fui feliz, sem saber. Mas ela teima em me dizer que eu preciso descobrir o que é o amor e que eu não sei amar...
Desculpe-me, é deselegante dizer o que fiz ou não por alguém, ninguém precisa saber das nossas feridas, lutas ou apenas da mudança da rotina prejudicada. Mas vamos aos fatos.
É errado dizer que já tem outro rolê marcado pra algum amigo, quando na verdade, a gente só quer mesmo é passar a noite na casa do nosso "amor". Aí a gente desmarca tudo, deixa de ir pra outra cidade curtir um rolê daqueles antigos com uma galera que a gente nem conhece, mas quem se importa? Não é mesmo? Deixa isso de lado. A noite valeu a pena, e passar fome o dia inteiro, valeu mais ainda, só por ter aquele olhar que nos esquenta e acolhe durante sua presença. E a pele quente, aquela que é quente mesmo com a temperatura quase a zero grau, aquela pele que nos faz jogar o cobertor do outro lado do quarto e pede por um abraço, porque sabe que irá esquentar o suficiente.
Eu sou aquelas estilo "não falto, não cabulo", mas esses dias eu cabulei o francês pra ir cuidar do meu amor, cuidar... não é bem a palavra, mas eu queria estar por perto, mesmo sendo incapaz de fazer algo que melhorasse sua saúde. Fiz duas viagens, parei na metade, caminhei um bucado e cheguei no museu do vinil, ali perto da Avenida Silva Bueno. Lá fui eu, procurar um disco do Bob Dylan, só por ser o cantor preferido da minha pequena, e entre dez ou quinze discos, cheguei na conclusão de qual levar. Voltei pro ponto de ônibus, ao chegar na rua dela, desci um ponto antes, na frente do hospital Cruz Azul, e pela rua de trás, andei. A mãe dela estava me esperando no portão pra eu subir e ela ir trabalhar, subi, entreguei o disco e recebi um abraço. O meu neném estava com o rosto mais lindo do mundo inteiro, e tão meu... E aquela boca, ah. Eu não gastaria o meu dinheiro do final de semana por alguém, mas eu gastei minhas economias pra ganhar um sorriso, era o meu final de semana, e agora é o meu final de semana: sem a pequena.
Outro dia, ela disse que estava com vontade de comer Dan Top (aquele chamado "teta de nega"), lá fui eu, me oferecer pra busca-la no trabalho e, sem muito mistério, passar na cacau show pra comprar duas caixas do chocolate pra ela. E ela não quis dividir! Meu problema não era esse, mas é que de onde eu venho, as pessoas negam tudo, menos alimento. Mas passou, tentei pensar que eu era mimada e me magoava com pouco, então, passou.
Outra vez, saí de casa quase dez horas da noite e cheguei lá umas quase onze, sozinha. Mas eu passaria a noite com ela, e bom, vocês não sabem o quanto vale a pena abrir os olhos de manhã e ver no colchão de baixo aquela pequena dormindo, com cara de emburradinha e a boca meio-aberta...
Eu não saio sozinha de casa a noite, eu não gasto meu dinheiro nem comigo, eu não compro roupa nem pra mim. Mas por ela, eu faria isso, e fiz o que o pude. Agora ela me diz que eu não sei amar...
Eu me ofereci pra passar a sexta-feira na casa dela caso ela precisasse de alguém pra acompanha-la no hospital, no fundo, era desculpa pra passar o dia por perto. Mas eu iria até na casa do caralho, se fosse pra vê-la bem. Eu perguntei se ela queria que eu fosse, ela disse que não precisava. Agora, quase nove horas da noite, eu já ouvi de tudo, até que não sou espontânea o suficiente pra aparecer na porta da casa dela sem avisar. Se ela quer romance, eu não sei. Mas eu apareceria na porta da casa dela sem avisar, um dia, depois de mais um pouco de café.

Tá tudo bem. Eu não sei amar. Nem sei porque tento escrever "amor" ainda...

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